Jô Moraes: Política de Defesa é estratégica e deve ter amplo debate
A presidente da Comissão Permanente de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, deputada federal Jô Moraes (PCdoB-MG), defende que as garantias dos investimentos nos programas estratégicos desenvolvidos pelas Forças Armadas seja uma prioridade como forma de manter o país com capacidade de lidar com inquietações globais e apto a exercer seu papel como ator internacional.
Publicado 11/09/2015 16:39
A afirmação foi feita em entrevista ao site Defesanet, em que ela destaca que o grande desafio é convencer o conjunto da sociedade sobre a importância do debate amplo das políticas de defesa nacional.
“O debate sobre Defesa Nacional não é um debate exclusivo dos militares, das Forças Armadas. A política de Defesa Nacional, a organização e a estruturação das Forças Armadas e da estrutura dos projetos que materializam esta política, tem que ser compreendidas como responsabilidade essencialmente da sociedade, juntamente com os militares, para que nós tenhamos a garantia de que a soberania nacional está coberta de uma articulação e de uma política adequada”, salienta a parlamentar.
Segundo ela, há uma prática equivocada, que gera certa resistência da sociedade, de se envolver e apoiar estes investimentos na estruturação das Forças Armadas. “Talvez, algum resquício de uma etapa histórica que já está superada. Nós hoje, temos que ter este acompanhamento, de algo que é fundamental, porque nós vivemos em um mundo de grande instabilidade geopolítica, de conflitos territoriais, conflitos étnicos, conflitos religiosos, aos quais não se pode dizer que o Brasil está imune”, frisou Jô Moraes.
Outro grande desafio, segundo a deputada, é que como resultante da compreensão do debate sobre a política nacional de Defesa. “Nós temos que dar prioridade e garantir que os investimentos dos projetos estratégicos na área de defesa, particularmente àqueles de responsabilidade das três Forças Armadas, devem ser preservados no seu nível, e não serem contingenciados”, defendeu a deputada comunista.
E completa: “Quando se fala em ajuste, o ajuste é para equilibrar as contas, reduzir os gastos. Ao alterar o calendário destes projetos estratégicos, adiando pagamentos, o resultado pode ser a geração de multas contratuais. Por isso que contingenciar projetos estratégicos não é uma medida de ajuste, é uma medida de ampliação das despesas”.
Ela reforça que o seu posicionamento tem a ver com a importância que dá à incorporação da inovação tecnológica no parque industrial. “Vivemos o desafio da reindustrialização no país, mas esta reindustrialização tem que ter como foco a incorporação de tecnologias modernas que são conquistadas através da inovação, na vida concreta, com as parcerias que existem em torno destes projetos estratégicos”, afirma.