Comunidades se beneficiam com transposição do Rio São Francisco
Com a transposição do Rio São Francisco, centenas de famílias que tinham casas nos trechos da obra foram transferidas para novos assentamentos agrícolas, como é o caso nos arredores do município de Salgueiro, localizado no sertão pernambucano, região que há séculos sofre com as mazelas da seca. A água ainda não chegou, mas a população já percebe os aspectos positivos que o projeto proporciona à comunidade.
Publicado 21/08/2015 15:19
Seu Agenor vive com seus sete filhos em uma das 17 comunidades da transposição. Segundo o agricultor, a vida melhorou bastante nos últimos anos. “Eu não tinha nem casa para morar, hoje temos, além do benefício que governo federal repassa todo mês. Estamos ansiosos para ver a água chegar”, afirma.
O programa de assentamento
No vídeo gravado publicado em junho de 2014 pela BBC, 196 famílias já haviam sido reassentadas e meta final é proporcionar novas moradias para 800 famílias que vivem no trecho de obra. Os agricultores, que antes não possuíam a posse da terra, vão receber um lote irrigado de 1 hectare e um produtivo, com no mínimo 5 ha e uma casa, com 90 metros quadrados.
As águas ainda não chegaram no município de Salgueiro, porém, a transposição do Rio São Francisco já alterou radicalmente a economia local. O PIB da cidade duplicou nos últimos 7 anos.
O projeto da transposição do Rio São Francisco começou a dar os seus primeiros passos no primeiro mandato do governo Lula. Segundo o ex-presidente, o sertão foi, durante séculos, abandonado. “A transposição do Rio São Francisco foi pensada por Dom Pedro II e 200 anos depois estamos colocando em prática o projeto. O povo mais pobre terá a sua dignidade resgatada e o combate à seca faz parte deste processo”, afirmou quando ainda era presidente, em discurso sobre as obras de transposição em 2009.
Outra forma de combate à seca: Programa “Cisternas”
Outra forma de combater a seca no nordeste é a construção de cisternas. O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), desde 2003, financia a construção de cisternas de placas de cimento, principalmente na região do Semiárido brasileiro. Trata-se de uma tecnologia simples e de baixo custo, na qual a água da chuva é captada do telhado por meio de calhas e armazenada em um reservatório de 16 mil litros, capaz de garantir água para atender uma família de cinco pessoas em um período de estiagem de aproximadamente oito meses.