Estímulo: BB e Caixa assinam acordos com setor automotivo

Um protocolo de intenções entre o Banco do Brasil e a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), o Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças) e a Federação Nacional das Distribuidoras de Veículos Automotores (Fenabrave) promete esquentar a cadeia produtiva e estimular o crescimento sem prejudicar o emprego. Com o convêncio, o BB irá liberar R$ 3,1 bilhões para fornecedores de 26 empresas até o final deste ano.

convênio

O objetivo do Banco é dar apoio financeiro e comercial às cadeias produtivas do setor automotivo e de máquinas agrícolas. A partir de convênios específicos, o BB vai antecipar os valores aos fornecedores dessas empresas para toda a programação de encomendas. Normalmente, os pagamentos seriam feitos gradualmente, acompanhando as entregas.

O mecanismo vai ajudar a capitalizar os fornecedores, evitando que seja necessário recorrer a linhas de crédito com juros elevados. Para as montadoras e os fabricantes de autopeças, as condições permitem negociar prazos mais vantajosos. A ideia é manter o funcionamento da cadeia de insumos do setor no cenário econômico adverso, evitando a substituição das compras nacionais por fornecedores estrangeiros.

O BB pretende firmar novos acordos do tipo, ampliando a experiência para outras atividades, como incorporadoras e grandes exportadoras. Pelas projeções do banco, os desembolsos devem alcançar R$ 9 bilhões, favorecendo cerca de 500 grupos em diversas cadeias produtivas.

Durante o anúncio, o presidente do Banco do Brasil, Alexandre Corrêa Abreu, considerou desafiadora a atuação de uma instituição financeira na concessão de crédito em um momento de baixa atividade econômico. Segundo ele, o BB estudou a estratégia de forma a não colocar em risco o capital da instituição. “Temos convicção de que [a medida] não resolve todos os problemas [da economia], mas vai minimizar as dificuldades da cadeia automotiva."

BB prevê financiar mais setores

Em entrevista à Folha de S.Paulo, Alexandre Abreu, anunciou que mais R$ 9 bilhões do Banco serão destinados a financiar outros setores da cadeia produtiva brasileira, entre eles, cooperativas agrícolas, petróleo e gás e construção civil.

"Queremos atingir empresas que precisam, mas de forma menos arriscada. Não vai ser uma elevação de crédito abrupta, mas, sim, suave", disse Abreu, em entrevista à ‘Folha de S. Paulo’.

Segundo ele, a estratégia deve diminuir o número de demissões. “Estamos muito preocupados. Se houver desemprego, pode haver aumento da inadimplência da pessoa física”, completou.

Caixa também assina convêncio com setor automotivo

Com o mesmo propósito de atingir a retomada do crescimento econômico, a Caixa Econômica Federal assinou um convênio na terça-feira (18) com as entidades de classe do setor automotivo, que prevê condições especiais nas linhas de capital de giro e investimento, além de condições diferenciadas em linhas de crédito e outros produtos e serviços do banco.

A instituição vai oferecer linhas de crédito em antecipação de contratos entre fornecedores e a indústria como forma de suprir a necessidade de capital de giro e de investimento. As taxas de juros serão a partir de 0,83% com prazo de 60 meses e carência de até seis meses para começar a pagar as parcelas.

A presidenta da Caixa Econômica Federal, Miriam Belchior, assinalou que o objetivo é oferecer condições de apoio ao desenvolvimento de toda a cadeia produtiva. De acordo com Miriam Belchior, o banco público oferecerá condições especiais nas linhas de capital de giro e investimento, além de condições diferenciadas em linhas de crédito e outros produtos e serviços do banco, a fim de beneficiar da micro à grande empresa.

Segundo ela, a meta é contribuir para a melhoria do fluxo de caixa das empresas e fornecedores, auxiliando no pagamento de despesas, salários, tributos e reposição de estoques.
A presidenta da Caixa informou que o convênio é uma parceria importante, pois "as excelentes condições” oferecidas pelo banco contribuem para apoiar um dos setores que mais empregam. "Com isso, vamos gerar possibilidades para que as empresas garantam suas atividades e equilibrem negócios, conforme a necessidade de cada uma."

Pelo acordo, a Caixa disponibilizará linhas de crédito para antecipação de contratos firmados entre o fornecedor e a montadora, de modo a suprir a necessidade de capital de giro. Eles terão à disposição linhas de crédito para capital de giro e investimento, com condições especialmente formatadas para o setor.

As taxas de juros serão a partir de 0,83% ao mês, com prazo de 60 meses e carência de até seis meses para início do pagamento das prestações. As empresas fornecedoras poderão se programar para o aumento de despesas comuns nos últimos meses do ano, tais como pagamento do décimo terceiro salário, tributos e estocagem.

A Caixa também oferece linhas de crédito do Programa Pró-Transporte para renovação de frota, com taxas de juros máximas correspondentes à Taxa Referencial (TR) + 9% ao ano e até 96 meses para pagar, dependendo do projeto. O convênio prevê ainda o financiamento de máquinas e equipamentos novos e usados, com taxas a partir de 1,50% ao mês + TR, carência de seis meses e prazos de até 60 meses.

Para o presidente da Anfavea, Luiz Moan, o acordo tem grande potencial para impulsionar o mercado e auxiliar a indústria automobilística a superar as complexidades do panorama atual.

“Tenho a convicção de que contribuirá para o fortalecimento da cadeia de fornecedores, além de oferecer condições para a retomada da confiança, por parte dos investidores e consumidores", concluiu.