Movimentos sociais defendem: saída para a crise é à esquerda
Em coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira (17), no Sindicato dos Jornalistas na capital paulista, dirigentes dos movimentos sociais convocaram a população a participar dos atos, que serão realizados em todo o Brasil, na próxima quinta-feira (20). Os militantes acreditam que a saída para a crise econômica que atingiu o mundo e agora afeta o Brasil deve ser pela esquerda, em defesa dos trabalhadores e dos mais pobres.
Publicado 17/08/2015 17:19
Participaram da coletiva a presidenta da UNE, Carina Vitral, o presidente da UJS, Renan Alencar, o presidente do MTST, Guilherme Boulos, o dirigente da Intersindical, Índio e o dirigente estadual da CUT em São Paulo, Adi Santos. Os dirigentes são unânimes ao defender que os ricos devem pegar pela crise, e não o povo trabalhador. Neste sentido, exigem a taxação de grandes fortunas e uma reforma tributária.
Para Carina Vitral, a manifestação desta quinta-feira (20) tem o objetivo de defender as pautas populares e construir uma agenda para o Brasil. “Nós da UNE defendemos que a saída para a crise é a retomada do desenvolvimento nacional, é pela esquerda. Nós vamos para a rua defender a constitucionalidade do governo da presidenta Dilma porque somos contra qualquer tipo de golpe”, esclareceu.
A dirigente estudantil acredita que cabe aos movimentos sociais apresentarem as pautas populares de uma agenda que defenda as reformas estruturantes, entre elas, a reforma tributária, política, urbana, rural, da educação e da comunicação. “Uma reforma política democrática é a principal ferramenta para se combater a corrupção pela raiz”.
O presidente da UJS convocou a juventude brasileira a se somar à manifestação democrática e popular em defesa da liberdade. Ele afirma que “todos os jovens que não se sentiram representados nesta manifestação de domingo [contra o governo e em defesa de uma ditadura militar ou um golpe parlamentar] estão convidados a participar com a gente desta grande mobilização nacional”.
Da esquerda para a direita: Índio, Intersindical; Guilherme Boulos, MTST; Adi Santos, CUT; Renan Alencar, UJS e Carina Vitral, UNE
Guilherme Boulos ressalta que a manifestação é um enfrentamento à direita conservadora, ao Congresso Nacional reacionário que tem levantado discussões cujo objetivo é prejudicar os mais pobres e ao ajuste fiscal que atinge principalmente os trabalhadores. “Acreditamos que a saída é pela esquerda”.
O dirigente estadual da CUT, por sua vez, destaca que esta mobilização integra uma longa agenda de lutas apresentada há meses pelos movimentos sociais de esquerda. Entre as atividades recentes estão a Marcha das Margaridas e o encontro dos movimentos sociais com a presidenta Dilma. Ambos os eventos aconteceram na última semana. Ele fez questão de reforçar ainda, que depois de quinta-feira (20), a mobilização dos setores progressistas continua, em defesa da democracia e da classe trabalhadora.
Já o dirigente da Intersindical afirma que os movimentos sociais estão a postos para combater a ofensiva da direita, cujo objetivo principal é entregar cada vez mais o país ao capital estrangeiro e defender o rentismo. “Derrubar o governo não interessa ao povo”.
Na capital paulista a mobilização para a passeata começa às 17 horas no Largo da Batata. A caminhada segue pelas avenidas Faria Lima, Rebouças e Paulista até chegar no vão livre do Masp, onde será o encerramento. O Portal Vermelho já publicou uma agenda com manifestações em todas as regiões do Brasil, confira neste link.
Leia na íntegra o manifesto dos movimentos sociais:
Tomar as ruas por direitos, liberdade e democracia! Contra a direita e o ajuste fiscal
Estaremos nas ruas de todo o país no dia 20 de agosto em defesa dos direitos sociais, da liberdade e da democracia, contra a ofensiva da direita e por saídas populares para a crise.
Contra o ajuste fiscal! Que os ricos paguem pela crise!
A política econômica do governo joga a conta nas costas do povo. Ao invés de atacar direitos trabalhistas, cortar investimentos sociais e aumentar os juros, defendemos que o governo ajuste as contas em cima dos mais ricos, com taxação das grandes fortunas, dividendos e remessas de lucro, além de uma auditoria da dívida pública.
Somos contra o aumento das tarifas de energia, água e outros serviços básicos, que inflacionam o custo de vida dos trabalhadores. Os direitos trabalhistas precisam ser assegurados: defendemos a redução da jornada de trabalho sem redução de salários e a valorização dos aposentados com uma previdência pública, universal e sem progressividade.
Fora Cunha: Não às pautas conservadoras e ao ataque a direitos!
Eduardo Cunha representa o retrocesso e um ataque à democracia. Transformou a Câmara dos deputados numa Casa da Intolerância e da retirada de direitos. Somos contra a pauta conservadora e antipopular imposta pelo Congresso: terceirização, redução da maioridade penal, contrarreforma política (com medidas como financiamento empresarial de campanha, restrição de participação em debates etc.) e a entrega do pré-sal às empresas estrangeiras. Defendemos uma Petrobrás 100% estatal.
Além disso, estaremos nas ruas em defesa das liberdades: contra o racismo, a intolerância religiosa, o machismo, a LGBTfobia e a criminalização das lutas sociais.
A saída é pela Esquerda, com o povo na rua, por Reformas Populares!
É preciso enfrentar a estrutura de desigualdades da sociedade brasileira com uma plataforma popular. Diante dos ataques, a saída será pela mobilização nas ruas, defendendo o aprofundamento da democracia e as reformas necessárias para o Brasil: Reforma Tributária, Urbana, Agrária, Educacional, Democratização das comunicações e Reforma democrática do sistema político para acabar com a corrupção e ampliar a participação popular.
A rua é do povo! 20 de agosto em todo o Brasil!
Assinam o manifesto:
Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) / Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) / Intersindical – Central da Classe Trabalhadora / Central Única dos Trabalhadores (CUT) / Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) / Federação Única dos Petroleiros (FUP) / União Nacional dos Estudantes (UNE) / União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) / Rua – Juventude Anticapitalista / Fora do Eixo / Mídia Ninja / União da Juventude Socialista (UJS) / Juntos / Juventude Socialismo e Liberdade (Jsol) / Associação Nacional de Pós Graduandos (ANPG) / Federação Nacional dos Estudantes do Ensino Técnico (Fenet) / União da Juventude Rebelião (UJR) / Uneafro / Unegro / Círculo Palmarino / União Brasileira das Mulheres (UBM) / Coletivo de Mulheres Rosas de Março / Coletivo Ação Crítica / Coletivo Cordel / Serviço Franciscano de Solidariedade (Sefras) / Igreja Povo de Deus em Movimento (IPDM)