Protestos contra o governo são os menores desde o início do ano

Apesar de milhares de pessoas ocuparem as ruas de algumas capitais neste domingo (16), os protestos que pedem o impeachment de Dilma são menores que os realizados em março e abril deste ano. Com palavras de ordem contra o PT, e apoio ao juiz Sérgio Moro, que comanda a Operação Lava Jato, os manifestantes protestaram vestindo verde e amarelo em Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Belo Horizonte e outras capitais.

manifestação contra o governo - Antonio Cruz/Agência Brasil

O senador Aécio Neves (PSDB) participou do ato em Belo Horizonte e fez um discurso contraditório. Disse estar “junto com os brasileiros” para apoiar o impeachment de Dilma e que seu partido é o Brasil. Mas quando questionado se estaria disposto a concorrer em novas eleições, caso o mandato da presidenta fosse encerrado, jogou a responsabilidade para o PSDB ao afirmar que sua candidatura não é um “projeto pessoal”.

A maior concentração de manifestantes aconteceu na Avenida Paulista, em São Paulo. A mobilização ficou por conta de movimentos Vem Pra Rua, Revoltados Online, Movimento Brasil Livre e Força Sindical. Apesar de pedirem a destituição da presidenta da República, não concordam com a forma, enquanto uns defendem impeachment e novas eleições, outros apostam na intervenção militar como melhor alternativa. Sem alinhar o discurso, parte dos manifestantes ficou perdida, por não concordar com todas as propostas apresentadas pelas lideranças.

 
No Rio de Janeiro a manifestação durou cerca de 4 horas na orla de Copacabana. Não faltou quem fizesse discursos inflamados em defesa de uma intervenção militar. Mas, de um modo geral, o foco é a deposição de Dilma e o combate à corrupção. 

Em Brasília a manifestação foi pouco representativa. Há menos de uma semana a Marcha das Margaridas reuniu mais de 70 mil mulheres e cercou o Congresso Nacional, já a mobilização contra o governo sequer ocupou por inteiro a via que leva ao mesmo local. Os manifestantes mais raivosos pedem ditadura militar, pena de porte para “políticos corruptos” e até mesmo perseguição aos comunistas.

A presidenta Dilma vai se reunir, ainda neste domingo, com ministros no Palácio da Alvorada para avaliar a repercussão dos protestos. O encontro será com os ministros da Casa Civil, Aloízio Mercandante, da Justiça, José Eduardo Cardozo e da Secretaria da Comunicação, Edinho Silva.