Em encontro com Dilma, UNE pede “pé no acelerador das mudanças”
As entidades estudantis UNE, Ubes e ANPG, centenas de lideranças sindicais e demais representantes de movimentos sociais se reuniram com a presidenta Dilma Rousseff nesta quinta-feira (13), no Palácio do Planalto, em Brasília.
Publicado 15/08/2015 16:32
Em um contexto nacional de ataques e tentativas de desestabilização do governo federal, o encontro teve o objetivo de dialogar com os movimentos e reafirmar o compromisso das partes com a democracia e desenvolvimento do país com justiça e igualdade social.
“Apesar de nós, estudantes da UNE, sermos os mais jovens aqui, somos a entidade mais antiga. Há dois dias completamos 78 anos de história, foi o aniversário da UNE no dia 11 de agosto. Uma história marcada por luta, sobretudo pelo Brasil em defesa da democracia”, destacou a presidenta da UNE, Carina Vitral.
Caria elogiou a oposição de Dilma em relação à redução da maioridade penal, mas cobrou dela um posicionamento contra a criminalização dos movimentos sociais mencionando o projeto do “antiterrorismo” aprovado esta semana no Congresso Nacional.
A estudante criticou ainda os cortes na educação e pediu um “pé no acelerador” para aprofundar as mudanças.
“A educação deveria ser poupada do ajuste fiscal. Nós lutamos por mais de uma década pra aprovar os 10% do PIB e os royalties pré-sal para a educação. Nós achamos que a saída da crise é ter mais investimento na educação e aprofundar as mudanças. Nós dos movimentos sociais viemos dizer que também queremos discutir a agenda para o Brasil durante a crise, mas principalmente pós-ajuste fiscal e crise econômica o que nós queremos, presidenta, é que você coloque o pé no acelerador das mudanças”, cobrou.
A respeito do Plano Nacional de Educação, Carina propôs um mutirão de estudantes por todo o país para ajudar a erradicar o analfabetismo do Brasil como visa o PNE. E pediu mais universidades e uma reformulação do ensino médio com mais qualidade no ensino básico.
A presidenta da Ubes, Bárbara Melo, também falou do rechaço dos estudantes ao ajuste e ao corte de verbas na educação. “O mais importante desse ato é a reafirmação do governo de que tem lado, de que voltará a investir nos programas sociais. Gestos como esses são importantes. Portanto, nós continuaremos indo às ruas para que mudanças mais profundas sejam feitas no nosso país”, argumentou.
O representante da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Alexandre Conceição, também cobrou mudanças: “Presidenta Dilma Rousseff, defender esse mandato significa justamente uma outra política, aquela agenda para a qual o povo a elegeu e não projeto que está em vigor”, afirmou.
A fala do representante nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, também teve o mesmo sentido. Ele afirmou que a agenda do governo deve ser a agenda do povo e falou a respeito “Tem que ajustar os que nunca foram ajustados, com a taxação das grandes fortunas e dos bancos, que por 500 anos engordaram em cima do povo trabalhador”.
Após ouvir as lideranças, a presidenta da República disse: “Eu sei de que lado estou. Eu costumo dizer que na minha vida eu mudei muito. A gente erra, aprende e vai mudando. Melhorei, mudei e alguns podem falar: ela piorou. Mas uma coisa eu afirmo: eu nunca mudei de lado”.
E continuou: “Nós vamos tomar todas as medidas para que este país volte a crescer o mais rápido possível. Vamos fazer todo o possível e investir, não só para não haver retrocesso, mas para avançar”.