Soberania significa submissão à vontade das urnas, afirma Dilma
A presidenta Dilma Rousseff não dá trégua ao golpismo. Durante uma solenidade de formatura de diplomatas, no Palácio do Itamaraty, nesta quarta-feira (12), a presidenta disse que o respeito internacional pelo Brasil passa pela demonstração de que, internamente, há respeito à decisão das urnas.
Publicado 12/08/2015 14:52
“O Estado nacional brasileiro só será respeitado no mundo na medida em que, em nosso território, se exerce e se respeita plenamente a soberania popular. Essa soberania significa submissão à vontade geral, expressa nas urnas”, afirmou a presidenta.
Dilma destacou que cabe aos novos diplomatas cuidar para que os fatores internacionais não criem constrangimentos ao livre exercício da soberania popular e, ao mesmo tempo, fazer desta um trunfo maior de nosso pertencimento à comunidade internacional. E salientou que a dela “depende o cumprimento do programa econômico, social e político de mudanças que a sociedade sistematicamente de quatro em quatro anos”.
E completa: "A sociedade brasileira compreendeu que nossa democracia não seria efetiva se se contentasse apenas com a imprescindível constituição de um Estado Democrático de Direito, era fundamental acrescentar a ela uma dimensão econômica e social… Inconclusa porque toda democracia é um processo constante, permanente, que ganha novas dimensões constantemente, novas metas, novos objetivos. Passamos a ser respeitados no mundo na medida em que unimos essas duas dimensões da democracia: a liberdade e a justiça social."
A presidenta destacou também que hoje o Brasil é reconhecido como protagonista internacional. “Não haverá dificuldades que possam interromper nossa trajetória de relevante presença no mundo”, assegurou.
“O Estado nacional brasileiro só é respeitado no mundo na medida em que, em nosso território, se exerce e se respeita plenamente a soberania popular”, afirmou.
Democracia latino-americana
A presidenta defendeu também a democracia nos países latino-americanos e a importância dessas nações para a economia mundial. “A integração dos nossos países sempre pressupôs a democracia. Ela só foi possível quando os povos da região derrotaram as ditaduras do século passado”, detalhou.
“Sabemos que a integração também é cada vez mais possível, porque empreendemos nas últimas décadas um forte processo de redução das desigualdades e de inclusão social”, lembrou.
Ela reafirmou a posição do Brasil na defesa de mudanças na Organização das Nações Unidas (ONU) e em mecanismos econômicos e financeiros tradicionais, como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI).
“Nosso apreço ao multilateralismo tem de expressar-se, igualmente, na afirmação de valores e na busca de uma nova governança mundial”, afirmou.
“A mesma preocupação em favorecer a formação de um mundo multipolar esteve na origem da constituição do Ibas (Fórum de Diálogo Índia, Brasil e África do Sul) e na formação do Brics”, enfatizou.
Compromisso com os direitos
A presidenta lembrou ainda aos formandos que o Brasil tem compromisso com a paz, a tolerância, a diversidade e o respeito aos direitos humanos. “Onde vocês estiverem no futuro saberão sempre e terão presentes suas responsabilidades pela paz e solidariedade internacionais”, afirmou.
Sobre a economia, Dilma afirmou que a crise de 2008 ainda repercute, principalmente em países em desenvolvimento e que o período é de “grandes incertezas”.
“Essa foi a principal razão das medidas econômicas que tivemos de adotar recentemente para minorar efeitos locais de uma prolongada recessão mundial. O reequilíbrio que estamos implementando deverá restaurar em breve, não só as bases de um novo ciclo de crescimento, como deve melhorar a nossa inserção competitiva no mundo", garantiu.