Dilma reúne senadores da base para desarmar pautas-bombas
Em mais uma demonstração de contraofensiva e mudança de postura na articulação política de seu governo, a presidenta Dilma Rousseff se reuniu nesta segunda-feira (10) com senadores da base aliada, pedindo o apoio dos parlamentares para que não permitam a aprovação de propostas que provoquem mais despesas ao governo, prejudicando a economia do país.
Publicado 11/08/2015 09:56
No encontro que durou cerca de três horas, no Palácio da Alvorada, e reuniu 40 senadores, 20 ministros e o vice Michel Temer, Dilma salientou a preocupação com projetos que criam gastos permanentes sem a previsão necessária das receitas.
A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB- AM) participou do encontro e destacou a importância do encontro para o atual momento político. “O encontro com a presidenta Dilma foi muito produtivo. Nós pudemos discutir o atual quadro político com as dificuldades e desafios que o Brasil tem pela frente. Ao final, ficou clara a necessidade de cerrarmos fileiras junto com os movimentos sociais pela defesa da democracia”, salientou a senadora.
Segundo o senador Jorge Viana (PT-AC), Dilma reafirmou o respeito a independência entre os Poderes, mas que precisava fazer esse apelo diante da situação atual pela qual passa o Brasil e também outros países.
“Eu acho que, independentemente do momento de dificuldade que o país está passando, da dificuldade política que estamos vivenciando, a presidenta deixou claro que está fazendo este encontro no começo de uma nova legislatura, do ponto de vista do segundo semestre. Ela fez um apelo para ter a colaboração do Senado, para que possa ajudar o país neste momento, para que a gente possa ter uma agenda e projetos que possam auxiliar o país e não criar dificuldades", afirmou o senador.
Na semana passada, Dilma se reuniu com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e enfatizou a necessidade de aprovar medidas que garantam a retomada do crescimento. Em continuação a esse encontro, Renan se reuniu com os ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e do Planejamento, Nelson Barbosa, nesta segunda (10), para fechar uma agenda de propostas suprapartidária de interesse nacional. A ideia é que o Congresso Nacional contribua com o governo na busca de soluções que apontem para a retomada do crescimento e o aumento da segurança jurídica. Intitulada "Agenda Brasil", o programa propõe 28 medidas para superação da crise.
“Foi uma conversa na procura de uma agenda harmônica, que aponte em direção ao futuro. É uma colaboração do Congresso Nacional, com base na isenção e independência do Congresso. Quanto mais independente, mais o Congresso vai poder colaborar com uma saída para o país", disse Renan, na saída do encontro na residência oficial.
Renan Calheiros anunciou que vai reunir nesta semana os líderes partidários para definir as próximas votações no Senado. Entre os projetos na pauta do Plenário, está o último item do ajuste fiscal, o PLC 57/2015, que reonera a folha de pagamento de 56 setores da economia.
"Evidente que vamos apreciar todos os pontos do ajuste dentro dessa lógica da agenda. Combinamos uma reunião de líderes amanhã [terça-feira]. A pauta da semana será consequência dessa conversa, e o ministro Levy vai dar um sinal com relação à colaboração que ele recebeu, de agenda para o país, harmônica e suprapartidária, com a isenção que sempre tivemos no Congresso", destacou o presidente do Senado.