MST ocupa Ministérios da Fazenda contra cortes na Reforma Agrária
Na madrugada desta segunda-feira (3), cerca de 2.000 mil trabalhadores sem terra ocuparam o Ministério da Fazenda contra o ajuste fiscal do governo no orçamento da reforma agrária, em Brasília. Eles pedem urgência no assentamento de milhares de famílias e a saída do ministro Joaquim Levy.
Publicado 03/08/2015 13:38
Até o momento, os prédios do Ministério da Fazenda em Porto Alegre, Recife, Fortaleza, Florianópolis, Curitiba, Palmas, Paraíba e Bahia também foram ocupados. No Mato Grosso, cerca de 400 camponeses marcham pela cidade de Jaciara. No Pará, 2 mil trabalhadores rurais ocupam a ferrovia da Vale. Em MG, duas rodovias foram trancadas. No PR, os Sem Terra também estão mobilizados em cinco pedágios nos municípios do interior do estado. Neste domingo (2), cerca de 200 Sem Terra ocuparam a Fazenda Santo Henrique, pertencente à empresa Cutrale, em São Paulo.
Segundo Alexandre Conceição, da coordenação nacional do MST, o Movimento volta a denunciar a paralisação da Reforma Agrária no país com a realização de uma segunda Jornada de Lutas contra o ajuste fiscal do governo, que cortou quase 50% dos recursos da Reforma Agrária – de R$ 3,5 bilhões sobraram apenas R$ 1,8 bilhão.
"O ajuste fiscal do governo federal ameaça estagnar ainda mais o processo da Reforma Agrária no país, pois sem orçamento não há como o governo cumprir o compromisso político, assumido no início deste ano, de assentar 120 mil famílias Sem Terra acampadas no Brasil", afirma.
De acordo Kelli Maffort, da coordenação nacional do MST, corte de investimentos em setores fundamentais como educação e saúde, além dos cortes nas políticas sociais, só atingem o setor mais pobre da população.
"Não podemos ficar ao lado do ajuste fiscal. Nosso compromisso é com o povo. Exigimos o assentamento de todas as famílias acampadas. Temos famílias há mais de 10 anos debaixo da lona preta e que são vítimas da violência do latifúndio e do agronegócio. É preciso que o governo elabore um Plano de Metas para assentar no mínimo 50 mil famílias por ano, no período de 2016-2018", ressalta.
A ação faz parte da Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária realizada pelo MST em todo país. Durante essa semana todos os estados estarão mobilizados em luta permanente em defesa da pauta da classe trabalhadora camponesa.