Camarões deportam 2.500 nigerianos para prevenir ataques do Boko Haram
O governo de Camarões deportou mais de 2.000 nigerianos que estavam ilegalmente no país, como parte das novas medidas de segurança para prevenção de ataques suicidas pelos membros do grupo Boko Haram, segundo autoridades regionais.
Publicado 01/08/2015 09:34
O jornal local L’Oeil du Sahel informou que cerca de 2.500 nigerianos que habitavam Kousseri, cidade no extremo norte dos Camarões, tinham sido expatriados para o seu país, informação confirmada pelas autoridades.
Um funcionário de uma organização não-governamental da cidade disse que a maioria dos nigerianos exilados “tinha fugido das atrocidades do grupo Boko Haram”, refugiando-se nos Camarões.
As deportações aconteceram um dia após o presidente nigeriano, Muhammadu Buhari, visitar o país para debater a forma de combate contra a ameaça crescente do Boko Haram. Desse encontro entre Buhari e o presidente camaronês, Paul Biya, surgiu o compromisso, de ambas as partes, em manter e fortalecer a cooperação entre os dois países na luta contra os insurgentes.
Entre 12 e 25 de julho, houve três ataques suicidas, dois deles na capital regional, Maroua, que resultaram em 44 mortes. O posto da fronteira dos Camarões com a Nigéria, onde se situa Kousseri, que foi atingido por dois ataques suicidas desde junho, tem uma posição estratégica, com uma ponte apenas a separá-lo da capital do Chade, N’Djamena.
As autoridades locais têm tomado medidas para aumentar a segurança, incluindo a proibição das mulheres usarem o véu completo, por temor de que os militantes suicidas usassem a roupa para esconder explosivos.
Cerca de 300 crianças camaronesas foram retiradas das escolas em Maroua e levados de volta para as suas aldeias, segundo autoridades locais. Tal medida foi motivada pelo medo crescente dos diretores escolares, de que os rebeldes usem as crianças para atentados suicidas.
Desde 2009, os jihadistas do Boko Haram já mataram mais de 15.000 pessoas na Nigéria. Com o passar dos anos, os terroristas têm-se espalhado para além das fronteiras do país, atacando em massa, nos últimos meses, também o Chade e os Camarões.