Petrobras recupera mais R$ 69 milhões desviados em esquema de propina
O presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, afirmou nesta sexta-feira (31) que "é dever de todos" da companhia "trabalhar arduamente para que essas descobertas (de práticas de corrupção) tornem a Petrobras mais forte, mais sólida e mais transparente".
Publicado 31/07/2015 15:19
"A gente não aceita e jamais aceitará a condição de vítima com passividade", destacou, em discurso durante o ato simbólico de retomada de R$ 69 milhões aos cofres da empresa. Esta foi a segunda parcela recuperada pela petroleira em dinheiro desviado por atos de corrupção investigados na Operação Lava Jato.
Os recursos devolvidos equivalem a 80% de um total dos US$ 29 milhões (R$ 86,9 milhões) repatriados pelo Ministério Público Federal (MPF) da Suíça e que foram devolvidos pelo ex-gerente da estatal Pedro Barusco, em decorrência de acordo de delação premiada no âmbito das investigações em andamento.
Os outros 20% referentes ao total repatriado ficarão à disposição da Polícia Federal para possíveis indenizações que vierem a surgir após a ação condenatória. Os recursos repatriados dizem respeito a propinas recebidas por Barusco, de 1999 a 2012, decorrentes de contratos com a empresa holandesa SBM, fornecedora de navios-plataforma.
"Estamos tomando de volta recursos dos acionistas, e portanto, de todos os brasileiros", disse Bendine, reforçando, como no ato que aconteceu em março, quando a companhia recuperou R$ 157 milhões, que a Petrobras buscará a "reparação integral dos recursos desviados".
O presidente da estatal também anunciou novas medidas para "aprimorar os controles internos da companhia" e o relacionamento com os fornecedores. "Não podemos perder a oportunidade de aprender com essa crise", ressaltou. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, também discursaram no evento.
“O que esses criminosos fizeram além de barbaramente saquear os recursos da empresa foi retirar da sociedade brasileira o seu orgulho. Com esse sinal, a gente pretende reverter esse quadro e permitir que possamos de novo ter o orgulho, recupera nosso orgulho”, completou Rodrigo Janot.