É a ditadura da especulação, diz Guimarães sobre agências do rentismo
O líder do PT na Câmara, o deputado federal José Guimarães (CE), considerou uma intromissão na autodeterminação do Brasil a atuação das agências internacionais de risco e atribuiu a elas certa dose de responsabilidade na encenação da crise brasileira.
Publicado 29/07/2015 17:11
Para Guimarães, a crise econômica nacional tem certa dose de “forçação”, originada nas agências, e por isso sugere que elas “não têm nada que se meter no Brasil”. O petista definiu como “firulas” as avaliações das agências.
Autodenominadas “agências de classificação de risco”, elas aplicam notas escalonadas em ordem de valor para o cenário econômico do país e o submete às instabilidades do mercado financeiro especulativo. Os critérios para isso nem sempre são claros para o contribuinte ou descolados dos grandes interesses econômicos do capitalismo de balcão.
“Elas prestam um desserviço ao Brasil, não têm que ficar dando pitaco na vida interna do Brasil”, criticou Guimarães, após identificar uma reação negativa dos mercados à perspectiva de corte da nota brasileira (de estável para negativa) pela agência de classificação de risco Standard & Poor’s.
“(As agências) deviam estar preocupadas com a vida delas, não com o Brasil. Enquanto a agência fica com essas firulas, a população está consumindo”, observou, naquilo que considera a apresentação de um cenário incompleto da situação real, do dia-a-dia.
“(É) a ditadura do mercado, (em que) os especuladores ficam ganhando dinheiro às custas da especulação financeira. Essa mão invisível do mercado tem que um dia acabar. Essas agências ficam criando sensacionalismo com o único objetivo de ganhar mais dinheiro. O mundo hoje vive às custas da especulação financeira”, desabafou o deputado.