Movimentos golpistas dizem poupar Cunha em ato “anticorrupção”
Sem surpresas. Insuflados pela mídia e pela oposição derrotada nas urnas, os movimentos golpistas convocam uma “mobilização” para agosto. Sob a fachada de “combate à corrupção” – luta a qual todos os brasileiros são favoráveis – os líderes do movimento admitem o seu caráter golpista ao afirmarem que, apesar das denúncias do seu envolvimento na Operação Lava Jato, as manifestações não são contra o presidente da Câmara dos Deputado, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Publicado 27/07/2015 10:41
“Não vamos para cima do Cunha no dia 16. Ele tem um papel importante. Nosso foco é o impeachment”, afirmou Carla Zambelli, do Nas Ruas, um dos grupos que convocam o ato, em entrevista ao Estado de S. Paulo.
Apesar de ter sido acusado por um dos delatores da Operação Lava Jato de ter recebido propina, Cunha será poupado pelos golpistas pelo interesse que eles têm diante do rompimento político do parlamentar com o governo da presidenta Dilma.
Ao estilo Cunha, após romper oficialmente com o governo, o presidente da Câmara decidiu tirar pedidos de impeachment que estavam na gaveta solicitando que os autores corrigissem os documentos para que os pedidos seguissem para “análise”, o que é incomum, pois quando os pedidos não atendem as regras do regimento são remetidas diretamente ao arquivo. No entanto, a movimentação não passa de jogo de cena, pois os pedidos apresentados não têm base jurídica e devem ser descartados.
Os golpistas dizem que vão apresentar um novo “pedido”, agora embasado no parecer do jurista consultado pelo tucano Aécio Neves (PSDB-MG), presidente nacional do PSDB. “Tivemos na sexta-feira uma reunião com o Ives Gandra e mudamos nossa argumentação. Acrescentamos pareceres dos juristas Adílson Abreu Dallari e Bernardo Cabral, além dos argumentos do TCU sobre as pedaladas”, disse Carla Zambelli.
Segundo a matéria do Estadão, os tucanos reconhecem que Dilma tem força para derrotar o golpismo em plenário, mas avaliam que os pedidos já seria mais um fator de desgaste na linha política do quanto pior, melhor.