Farc: a verdade deverá iluminar o caminho da paz na Colômbia
A delegação das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) que participa nas negociações com o governo reiterou que só a verdade e a justiça conduzirão à paz na nação sul-americana.
Publicado 24/07/2015 16:33

"A luz da verdade deverá iluminar o caminho que conduz à paz; em tal sentido é urgente pôr em marcha a comissão de Esclarecimento da Verdade, Convivência e não Repetição e a abertura dos arquivos", sublinha um comunicado divulgado pelas Farc.
Tal processo deve contar com as vítimas do conflito, como protagonistas do novo cenário de reconciliação", assinala o texto.
“É anacrônico incitar as forças militares, como o fazem certos incendiários, a que continuem a guerra fratricida que nos sangra, e bem mais quando o que procuramos todos, é baixar a intensidade do conflito”, pontua o comunicado.
“Bem-aventuradas as pessoas que se preocupam mais pela motivação das forças militares para a paz; mal-aventurados os que desejam que se derrame mais sangue”, sentencia as Farc.
"Reiteramo-lo: antes de aplicar o sistema de justiça que se convenha é imperativo conhecer a verdade, e na Colômbia há personagens que parecem ter mais medo da verdade que da prisão", assegura a guerrilha.
“Se for se falar de justiça já, é fundamental que a Comissão para o Esclarecimento da Verdade, a Convivência e a não Repetição, comece a trabalhar imediatamente. Precisamos que a verdade saia dos lábios dos atores do conflito e das vítimas”, reforça o grupo insurgente.
“A base da justiça integralmente reparadora é a verdade, hoje consagrada pela legislação e pelas Nações Unidas, como o primeiro direito inalienável das vítimas. Deixar a Comissão para o Esclarecimento da Verdade para depois da assinatura da paz, é abrir-lhe as portas a imputações enviesadas e à impunidade dos responsáveis máximos e determinadores da violência”, advertiu a insurgência.
“O reparo sem dúvida deve ir absolutamente unido à não repetição, e, neste campo, um dos aspectos inevitáveis é o esclarecimento e a erradicação do paramilitarismo”, reforçam as Farc.
“Abordar urgentemente estes temas é parte essencial de baixar a intensidade do conflito, o que não é o triunfo de uma das partes na mesa de negociações, é o triunfo da razão, cujo caminho não é outro que o da participação do soberano na Assembleia Nacional Constituinte”.