Lewandowski defende reajuste de servidores "compatível com economia"

Depois do veto da presidente Dilma Rousseff sobre o reajuste de até 78% nos salários dos servidores do Judiciário e da agressiva reação da categoria contra a negativa, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, publicou um comunicado em que se mostra pronto para intermediar a discussão, de forma que seja favorável aos servidores, mas também não prejudique a economia.

Ricardo Lewandowski - A Tribuna

O ministro ressaltou que é "firme" em seus "propósitos de valorização da categoria". Apesar disso, deixou claro que é preciso "construir uma solução" que tenha bases "condizentes com a atual realidade econômica". Para isso, encaminhará técnicos do seu gabinete para conversar com o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa.

"Levo ao conhecimento dos servidores do Poder Judiciário da União que, firme em meus propósitos de valorização da categoria, determinei aos nossos técnicos a retomada de negociações com o Ministério do Planejamento, buscando construir uma solução que permita recompor a sua remuneração, em bases dignas, mas condizentes com a atual realidade econômica do país", afirmou o presidente da Corte.

Os servidores do Judiciário prometem ocupar as ruas para pressionar o governo a garantir o reajuste. "Nossos batalhões de grevistas vão monitorar todas as agendas da presidente Dilma e vamos fazer protestos aonde quer que ela vá", disse o coordenador-geral da Fenajufe (Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário Federal e Ministério Público da União), Adilson Rodrigues Santos.

Assim que aprovado pelo Senado, a proposta que concedia aumento de 53% a 78,56% nos salários dos servidores do Judiciário, o titular do Planejamento Nelson Barbosa disse que o reajuste era "incompatível". De acordo com as contas da pasta, se aprovado, o impacto na economia seria de R$ 1,5 bilhão em 2015, R$ 5,3 bilhões em 2016, R$ 8,4 bilhões em 2017, e R$ 10,5 bilhões em 2018.

O efeito de R$ 25 bilhões nos próximos quatro anos foi a principal justificativa para a presidente negar a proposta.