Lava Jato: PF do Paraná deve explicar por que blindou nome de Serra
A superintendência da Polícia Federal do Paraná terá que explicar por que cobriu com tarjas pretas o nome do senador José Serra (PSDB-SP) no relatório do "Código Odebrecht", sobre as mensagens interceptadas no celular do empresário Marcelo Odebrecht, que foi vazado para a imprensa.
Publicado 22/07/2015 10:14
Numa das mensagens do celular de Marcelo Odebrecht, havia a expressão "Adiantar 15 p/JS". Ao interpretar o texto a Polícia Federal identificou JS como o ex-governador e senador José Serra (PSDB-SP), mas cobriu seu nome com tarja preta.
No entanto, em relação a outros nomes que também contam com foro privilegiado, como o governador Geraldo Alckmin e o vice-presidente Michel Temer, também citados mas sem referência a pagamentos, não houve o mesmo cuidado.
As explicações devem ser dadas nesta quarta-feira (22). Também foram cobertos nomes de outros políticos, como José Eduardo Cardozo e Fernando Pimentel, mas apenas na menção a Serra havia uma referência a eventual pagamento.
Em nota, a assessoria do senador José Serra disse que ele "não tem a menor ideia do se trata".
Matéria publicada no Jornal GGN decifrou parte do texto escondido pela tarja preta, no relatório da Polícia Federal sobre as anotações encontradas no telefone de Marcelo Odebrecht.
Seguindo a dica do leitor André Nunes, o GGN por meio de uma simples Ctrl C e Ctrl V, encontrou o seguinte texto: "Identificação de José Serra (JS) o telefone da secretária (11) 3087.1450 está registrado em nome de Jose Serra, o endereço da Joaquim Antunes, possui telefone (11) 2157.2104 registrado em nome de Jose Serra".
Ainda segundo o GGN, constavam da agenda de Marcelo telefones e endereço do escritório particular de Serra.
A sigla JS aparece em outro trecho do relatório, novamente debaixo da tarja, nume menção a Serra, André Esteves (dono do BTG Pactual), a revista Veja e as siglas RA e EA (possivelmente Reinaldo Azevedo e Eurípides Alcântara).
"De qualquer modo, o impacto do relatório, ao menos no primeiro dia deixou a mídia sem ação. Sequer houve a exploração às menções do ex-presidente Lula no relatório da PF", salienta a matéria do GGN.