CPI do Futebol quer analisar contratos de clubes com a TV
O direito de transmissão do futebol pelos veículos de comunicação será uma das questões a serem tratadas na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Futebol, do Senado Federal. “Isso é uma relação comercial entre o clube e uma ou duas redes de televisão. [Vamos discutir] como democratizar isso, como discutir isso para que efetivamente tenhamos um posicionamento que seja transparente e ao mesmo tempo construtivo”, disse o relator da CPI, Romero Jucá (PMDB-RR).
Publicado 22/07/2015 09:21
A declaração foi durante entrevista, nesta terça-feira (21), ao programa Espaço Público da TV Brasil. Perguntado se o Legislativo pretende atuar na questão que envolve os contratos dos clubes com as empresas de comunicação que transmitem as competições pela TV, por exemplo, o Campeonato Brasileiro da Série A, Jucá disse: “Esse é um dos pontos que vamos avaliar, a relação comercial da rede de televisão, do time de futebol, da Confederação Brasileira de Futebol [CBF]. Essa relação não está muito clara para a população”.
Entre as emissoras com contratos está a Rede Globo, que detém a transmissão dos principais jogos. A CPI foi criada, em maio deste ano, para investigar denúncias de irregularidades em contratos da CBF referentes a competições organizadas pela entidade, após as prisões dos dirigentes da Federação Internacional do Futebol (Fifa) decorrentes da investigação do Departamento de Justiça dos Estados Unidos sobre fraude na escolha dos países-sede das duas próximas Copas do Mundo (Rússia, em 2018, e Catar, em 2022). A CPI é presidida pelo senador Romário (PSB-RJ).
As reuniões do colegiado começarão no dia 4 de agosto, após o recesso parlamentar. “Vamos solicitar as informações do FBI [Agência Federal de Investigação dos Estados Unidos], vamos começar a ouvir setores. Veja bem, na CPI, o objetivo não é só processar alguém, mandar prender, porque o Marin [ex-presidente da CBF, José Maria Marin] já está preso [na Suíça] e o Ministério Público já está investigando. Alguém tem dúvida que o FBI passou as informações e o MP está investigando?”, disse. “A CPI não pode se esgotar no processo investigativo, tem o processo propositivo. O que vai mudar no futebol depois da CPI?”