Brics sai vencedor da guerra das sanções
As restrições econômicas impostas pela União Europeia em relação à Rússia resultam no fomento do intercâmbio entre os países do bloco Brics, declarou o ministro do Desenvolvimento Econômico da Rússia, Alexei Uliukaiev, durante uma entrevista coletiva nesta sexta-feira (10), no quadro da cúpula da Organização de Cooperação de Xangai (OCX) em Ufá, na Rússia.
Publicado 10/07/2015 12:05
“As sanções não são um fator de redução, mas do aumento do crescimento econômico, pois áreas que antes eram ocupadas por empresas estrangeiras se libertam e podem ser ocupadas por empresas nacionais”, disse o ministro.
Mais cedo, em junho, houve um anúncio, do Serviço Federal de Vigilância Veterinária e Fitossanitária da Rússia (Rosselkhoznadzor), sobre a possível importação direta de produtos de floricultura da América Latina. Tradicionalmente, as flores latino-americanas passam pela Holanda antes de serem distribuídas pelos restantes mercados da Eurásia.
Comentando o crescimento econômico, o ministro Uliukaiev disse também que para 2016, ele espera uma taxa de 3,5%. Isso diverge da previsão do FMI, que não chega a 1%. Porém, o ministro acredita que esta instituição monetária internacional terá que revisar os seus prognósticos.
O ministro expressou a sua preocupação pela “segmentação” da Organização Mundial do Comércio (OMC), em função, segundo ele, da negociação de acordos fora do marco deste organismo.
“Há perigo de segmentação da OMC, tentativas de resolver assuntos fora do seu marco, como o TTIP”, frisou Uliukaiev.
O Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento (TTIP), a Parceria Transpacífico (TPP), o Acordo de Comércio em Serviços (TiSA) são projetos que estão sendo negociados pelos EUA com vários países para, alegadamente, fomentar o comércio livre. No entanto, eles são alvos de críticas por analistas, que não excluem que possam ser uma arma econômica dos EUA para aumentar o seu grau de influência em diferentes regiões do mundo.
Quanto ao Brics, que virou alvo de críticas por vários analistas econômicos mundiais devido à queda nas bolsas chinesas, Uliukaiev assegurou que a China irá concentrar as suas forças e conseguirá regularizar a situação.
Perguntado sobre a crise econômica na Rússia, o ministro disse que o rublo tem as mesmas chances de cair ou subir que o dólar. Isso se deve, segundo Uliukaiev, ao fortalecimento da economia russa.
Mais cedo nesta sexta, tiveram lugar na cúpula coletivas do ministro do Transporte da Rússia, Maxim Sokolov, que comentou o novo projeto de rodovia que ligará Moscou e Pequim.
Durante a coletiva, Sokolov foi perguntado por um jornalista sobre as perspectivas da infraestrutura de transportes no marco do Brics. O ministro notou que dentro do Brics, só existem duas fronteiras terrestres – a russo-chinesa e a sino-indiana – por isso é cedo falar de um sistema rodoviário comum dos Brics.
Contudo, ele frisou a importância da comunicação aérea e marítima da Rússia com o Brasil, a Índia e a África do Sul, que irá ser desenvolvida e fomentada.
Fonte: Agência Sputnik