Tsipras acredita que conseguirá um acordo justo
O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, disse, nesta quarta-feira (8), perante o Parlamento Europeu, que acredita que será possível alcançar, até o final da semana, um acordo justo com os parceiros europeus, que não repita "os erros do passado”.
Publicado 08/07/2015 10:28
Durante debate no hemiciclo de Estrasburgo sobre a cúpula extraordinária da zona euro, Tsipras garantiu que o objetivo do seu governo não é “procurar o confronto com a Europa” e indicou que vai apresentar, nos próximos dias, propostas concretas e detalhadas de reformas a implementar no país, com vista a um terceiro programa de ajuda. Na cúpula, realizada na véspera em Bruxelas, foi estabelecido um prazo limite até domingo (12) para ser fechado um compromisso entre Grécia e credores.
No entanto, salientou, as soluções a serem encontradas devem ser “socialmente justas e economicamente sustentáveis, sem repetir os erros do passado, que levaram a economia grega a um ciclo vicioso de recessão”, pois esse é também o mandato que resultou do referendo do domingo passado , no qual o povo grego deu “uma resposta corajosa” – de Não à última proposta das instituições – “apesar dos bancos fechados e das campanhas aterrorizantes”.
Assumindo a responsabilidade pelos últimos cinco meses e meio desde que assumiu o cargo de primeiro-ministro, Tsipras sustentou que todos devem “reconhecer que a responsabilidade básica do impasse em que a Grécia e a zona euro estão neste momento não se deve apenas aos últimos cinco meses e meio, mas aos últimos cinco anos e meio, com programas que falharam” e que não distribuíram de forma equitativa "o fardo” dos sacrifícios.
“As propostas do governo grego não serão concebidas para serem mais um fardo para os contribuintes europeus”, disse, lamentando que “até agora” o dinheiro emprestado à Grécia pelos seus parceiros (no quadro dos dois programas anteriores de resgate) nunca tenha chegado aos cidadãos comuns, às mulheres e homens gregos, tendo antes sido utilizado “para salvar bancos”.
Já o presidente do Conselho Europeu e das cúpulas do euro, Donald Tusk, sublinhou que está diante de uma “corrida contra o tempo”, pois “a realidade é que só restam quatro dias para se alcançar um acordo definitivo”.
“Tenho evitado falar em datas-limite, mas a verdade é que a data-limite é esta semana”, disse Tusk.
Alertando que um novo fracasso nas negociações conduzirá “ao pior cenário possível”, Tusk advertiu que o fracasso vai “afetar a Europa, do ponto de vista geopolítico”, e quem acreditar que esse não é o caso, “é ingênuo”.