“Nunca vi tanta delação”, desconfia Marco Aurélio do STF
Nesta quarta-feira (1º/7), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello, se mostrou desconfiado com a quantidade de acordos de delações premiadas firmados pelos acusados de envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras.
Publicado 01/07/2015 13:06
Magistrado experiente, Marco Aurélio ocupa cadeira na corte suprema da Justiça desde 1990, portanto, está acostumado analisar acordos de delações premiadas. No entanto, ele manifestou certa estranheza com a quantidade de acordos fechados na Operação Lava Jato.
“O momento é alvissareiro porque quando as coisas já não são varridas para debaixo do tapete a tendência é corrigir-se rumos. E isso é muito importante para nós termos dias melhores no Brasil. Agora, devo admitir que eu nunca vi tanta delação. Que elas, todas elas, tenham sido espontâneas", afirmou o ministro.
A imprensa tentou arrancar uma crítica do ministro sobre as considerações da presidenta Dilma Rousseff sobre os vazamentos seletivos da delação de Ricardo Pessoa, dono da UTC. "Eu não posso raciocinar pelo extravagante. Eu assento que eles querem colaborar com a Justiça, muito embora o objetivo maior seja salvar a própria pele, ou pelo menos amenizar uma pena futura", respondeu o ministro do STF.
A presidenta Dilma criticou os vazamentos seletivos e afirmou que as provas precisam ter fundamentos, e não simplesmente ilações. "Isso é um tanto quanto Idade Média", rebateu Dilma sobre as acusações sem provas.