MP responsabiliza Richa e Francischini por agressão contra professores
Para o Ministério Público do Paraná, devem ser responsabilizados o governador Beto Richa (PSDB) e o ex-secretário de Segurança Fernando Francischini, além de ex-comandantes e militares envolvidos na operação que deixou 200 manifestantes feridos, entre eles professores e servidores públicos, no dia 29 de abril, no Centro Cívico de Curitiba.
Publicado 30/06/2015 11:49
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O MP-PR ajuizou uma ação civil pública nesta segunda-feira (29), solicitando a responsabilização por atos de improbidade administrativa no confronto da Polícia Militar e os professores, que estavam em greve e protestavam em frente à Assembleia Legislativa do Paraná.
Foram apontados pelo Ministério o excesso de força e gastos exorbitantes na operação policial, também incluindo os nomes do ex-comandante da Polícia Militar César Vinícius Kogut, o ex-subcomandante Nerino Mariano de Brito e o tenente-coronel Hudson Leôncio Teixeira.
A Procuradoria-Geral do Estado (PGE), que atuará em favor do governador e dos denunciados, disse em nota que "lamenta o comportamento da comissão nomeada pelo Ministério Público para investigar os fatos, que não permitiu ao Estado ter acesso aos autos da investigação".
"A Procuradoria estranha o fato de o Ministério Público ter optado, primeiramente, em expor o caso à imprensa, sendo que, até o presente momento, não lhe foi possibilitado o acesso às conclusões. Tão logo a PGE tome conhecimento do teor da investigação agirá em defesa dos interesses do Estado", informou.
A ação civil do MP-PR foi protocolada na Justiça, com 80 páginas de investigação, ouvindo 518 pessoas, em dois meses. Também foram analisados mais de 4 mil arquivos com fotos e vídeos relacionados à investigação, muitos deles encaminhados pela população ao e-mail criado exclusivamente para isso. Entre as punições sugeridas pelo órgão, estão a multa civil, indenização, suspensão dos direitos políticos e até a perda do cargo. Beto Richa e Francischini, por serem governador e deputado federal, têm foro privilegiado, o que concede a eles a necessidade de serem investigados, se aceita a denúncia, pela Procuradoria-Geral da República (PGR), no Supremo Tribunal Federal (STF).