Diante de petroleiros e empresários, Serra diz sentir saudades do FMI
Centenas de trabalhadores da Petrobras fizeram um protesto em Macaé, na tarde da última terça-feira (23), durante a 8ª Feira Brasil Offshore. Os petroleiros são contra o PL 131, que tira a exclusividade da Petrobras na operação do pré-sal e a participação mínima da empresa em 30% dos blocos. O senador José Serra, responsável pelo projeto, perdeu o controle diante da manifestação e afirmou: "é um absurdo termos uma refinaria no Maranhão, nesse momento tenho saudades do FMI”.
Publicado 25/06/2015 14:57
O ato da FUP (Federação Única dos Petroleiros), além de mostrar aos participantes do evento a importância da Petrobras como operadora única do pré-sal, também conseguiu garantir a participação do coordenador da Federação, José Maria Rangel, na mesa de abertura da maior Conferência Internacional da Indústria de Petróleo e Gás do país.
Diante do comportamento entreguista do senador, os trabalhadores apresentaram uma série de motivos que justificam manter a Petrobras como operadora única do pré-sal. Entre eles, garantir a soberania energética e ambiental e controlar a produção de modo a manter o abastecimento nacional e evitar a extração predatória.
Os petroleiros defendem que ter a Petrobras como única operadora é essencial para garantir o domínio e continuação do desenvolvimento tecnológico. Além de possibilitar que os trabalhadores atinjam níveis de desenvolvimento científico cada vez mais altos. A empresa recebeu em maio de 2015 o prêmio da OTC (Offshore Technology Conference) considerado o Nobel da indústria petroleira. Isso só foi possível devido à produção do pré-sal e ao empenho dos trabalhadores da empresa.
A melhor forma de garantir que os royalties recolhidos atendam aos interesses do povo brasileiro também é mantendo a Petrobras como a única operadora com permissão controlar e regular a produção. Além disso, a empresa continua gerando mais e melhores empregos.
Manter a integralidade da Lei da Partilha representa um salto de qualidade na produção do petróleo no Brasil, pois a lei possibilita a estruturação de uma grande nação alavancando o desenvolvimento nacional, garantindo soberania energética e dando destino social ao retorno econômico. A Petrobras, como operadora única do pré-sal, é parte fundamental do modelo formulado na partilha para garantir esse tripé: soberania energética, desenvolvimento econômico e destinação social. Mudar esse ponto irá "desfigurar a Lei da Partilha" comprometendo a utilização adequada de um recurso que a natureza levou 150 milhões de anos para produzir.