Costa e Youssef mantêm contradições em acareação
Aconteceu nesta segunda-feira (22) a acareação entre o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. Durante oito horas os dois basicamente mantiveram as versões feitas em depoimentos anteriores.
Publicado 23/06/2015 10:24
O úncio ponto de convergência na acareação entre os dois foi sobre o pagamento de R$ 2 milhões para a campanha de Roseana Sarney (PMDB-MA) em 2010. No entanto, segundo a versão de Paulo Roberto Costa, o senador Edison Lobão (PMDB-MA) lhe pediu o dinheiro para ser usado na campanha de Roseana. Costa disse que mandou Youssef entregar o dinheiro a Roseana, mas Youssef diz que quem entregou o dinheiro não foi ele, mas o próprio Paulo Roberto Costa. ambos confirmam que o dinheiro foi repassado.
"Chegou a haver um clima de tensão entre os dois, mas pusemos panos quentes, para evitar que os ânimos se exaltassem", afirmou o advogado de Youssef, Tracy Reinaldet.
A audiência foi acompanhada por delegados da Polícia Federal de Brasília e da Procuradoria Geral da República e foi coordenada pelo procurador Andrey Borges de Mendonça.
A acareação foi uma tentativa de saber quem estava mentindo diante dos fatos que apresentaram sem provas nos depoimentos anteriores. Mas pelo jeito não foi possível. Paulo Roberto Costa continuou a dizer que o ex-ministro Antônio Palocci teria pedido R$ 2 milhões para a campanha da presidente Dilma Rousseff de 2010. Ele afirma que mandou Youssef dar o dinheiro a Palocci, mas o doleiro nega ter dado o dinheiro e diz que nem conhece o ex-ministro. Uma nova acareação será agendada para tentar esclarecer a questão.
Para o advogado de Youssef, no entanto, outro ponto de divergência pode ser esclarecido. "Na questão da compra de nafta pela Brasken, do grupo Odebrecht, os dois deixaram claro que houve pagamento de propina para o PP, de 1 a 3% dos contratos. Ambos chegaram à mesma versão, que antes era diferente. Agora os dois concordaram que houve o pagamento de propinas nessas contratos de nafta. E os dois citaram o nome de 17 deputados do PP que receberam as propinas nesse contrato. Não surgiu nenhum nome novo do PP. São os mesmos, como o Pedro Correa, o Nelson Meurer, etc, os que já estão denunciados pelo STF", explicou o advogado.