São Paulo poderá ter programação semanal de cultura
O secretário municipal de Cultura, Nabil Bonduki, disse na última quinta-feira (18) que existe a possibilidade de a cidade ter programações especiais de cultura todos os finais de semana, no centro ou na periferia, o que seria um modelo muito reduzido, porém permanente, da Virada Cultural.
Publicado 19/06/2015 12:05
A 11ª edição do evento, que promete agitar a cidade por 24 horas, a partir das 18h de sábado (20), seria um episódio especial na futura programação. A discussão a respeito começará em breve.
“Vamos desenvolver essa ideia no segundo semestre, de forma a estruturar um projeto que se articule com as outras atividades já existentes em São Paulo. É uma programação cultural que pode ser aprofundada e articulada como para promover uma maior ocupação das ruas.”
Uma das estratégias da Secretaria de Cultura será fazer parcerias com consulados e embaixadas, para possibilitar a vinda de artistas estrangeiros, como a que trouxe a cantora francesa Zaz, em março, para abrir o Circuito São Paulo de Cultura. Na Virada, foi feito um acordo com o Consulado de Portugal em São Paulo, que oferecerá uma programação extensa com atividades ligadas a gastronomia, degustação de vinhos, cinema, literatura e música portuguesa.
Outros modelos de parceria, como os que ocorrem na Virada Cultural com o Sesc, o governo do estado e a escola de idiomas Cultura Inglesa também devem ser incentivados. “Há vários equipamentos do governo estadual envolvidos na Virada, como a Casa das Rosas, o Museu Cata-Vento, a Pinacoteca e o Museu de Arte-Sacra. É uma grande ocupação, que garante presença importante das atividades culturais em toda a cidade.”
As linhas do metrô e dos trens da CPTM vão funcionar durante toda a Virada Cultural para facilitar o deslocamento durante o evento, que terá palcos em diversos pontos da cidade. A CPTM colocará trens extras durante a madrugada de domingo, que circularão com intervalos de 20 minutos
11ª edição
Neste ano, a Virada Cultural de São Paulo terá 1,5 mil atrações desmembradas em show de música, espetáculos de dança e circo, peças de teatro, gastronomia e programação infantil. Por meio das parceiras com os Centros Educacionais Unificados (CEUs) e o Sesc, o evento será realizado em diferentes regiões da capital, como os bairros de Campo Limpo, Interlagos (sul), Heliopólis (sudeste), Penha, Ermelino Matarazzo, Itaim Paulista, Belém e Cidade Tiradentes (leste), Jaraguá (noroeste), Pinheiros e Pompeia (oeste) e Santana (norte).
Diversas atrações contarão com acessibilidade especial. Pelo menos 40 terão tradução em libras, incluindo o show de encerramento, com Caetano Veloso, no palco Júlio Prestes. O musical Rita Lee Mora ao Lado, no palco Princesa Isabel, terá audiodescrição, e a sessão do filme infantil O Menino e o Lobo, na Biblioteca Monteiro Lobato, será adaptada para crianças com autismo, exibida com luz acesa, som em menor volume e monitores.
De acordo com o secretário, houve intensa participação popular na escolha da programação da Virada. “Ao todo, 7.616 artistas ou grupos se inscreveram para participar pelo nosso site. Nossa comissão de curadoria, que tem 16 membros, os avaliou e elegeu os participantes de forma a garantir a presença das mais diversas manifestações culturais, como música, teatro, dança e circo. Nos CEUs foi feita uma seleção de artistas locais.”
Quando questionado em que eventos vai, o secretário se mostrou em dúvida: “É tanta coisa boa! Temos no palco da Júlio Prestes o Caetano Veloso, a Daniela Mercury, o Monobloco e o Fábio Jr, que estimamos que seja o maior evento da Virada”, disse Bonduki.
“Além disso, haverá apresentações da Jovem Guarda e uma atuação importante da cultura popular indígena. Isso sem contar as rodas de choro no Largo do Paissandu, a música instrumental, próximo à Biblioteca Mário de Andrade, o samba na Sé e a Viradinha Cultural, que está muito interessante. Além dos shows e oficinas terá uma ciclovia só para as crianças”, destacou o secretário.