Benefícios contemplam mais de 70% dos inscritos no Pan 2015
O Comitê Olímpico do Brasil (COB) divulgou a lista de 519 atletas nos Jogos Pan-Americanos de Toronto (10 a 26 de julho), no Canadá. Desse total, mais de 70% dos competidores brasileiros contam com recursos do governo federal.
Publicado 18/06/2015 17:20
Por meio do Programa Bolsa-Atleta, são 290 das categorias nacional, internacional e olímpica, mais 80 da Bolsa Pódio – a categoria mais alta, para aqueles que estão entre os melhores do mundo em seu esporte e com chance de conseguir medalha nos Jogos Olímpicos do Rio 2016.
A lista ficará completa com mais 82 nomes, a serem definidos pelas Confederações de Basquete, Vôlei, Rúgbi e Ginástica (equipe da modalidade artística), finalizando total de 601 inscritos.
Dos 88 inscritos do atletismo no Pan, 21 estão na Bolsa Pódio – como complemento àqueles com chance de chegar a medalha olímpica no Rio 2016, para que possam ter o melhor em equipamentos, equipes multidisciplinares e intercâmbios.
Outros 43 recebem recursos de apoio como atletas, por meio do Programa Bolsa-Atleta, que começou em 2005. São contemplados nas categorias nacional, internacional e olímpica.
Em 2014, o programa tem 6.570 atletas de esportes e modalidades olímpicas e paraolímpicas, mais 558 de outros esportes e modalidades não-olímpicos e não paralímpicos. Os investimentos para o ano foram de cerca de R$ 100 milhões.
Em junho, o Bolsa Pódio tem 144 atletas de esportes olímpicos e 84 de paralímpicos. O investimento do governo federal anual é de cerca de R$ 29 milhões.
Da canoagem slalom que vai ao Pan, os cinco recebem bolsa do governo federal (três são Bolsa Pódio), e da canoagem de velocidade, dos 14 inscritos apenas uma atleta não está no programa. É o mesmo caso do judô, com apenas uma atleta não contemplada, do total de 14 inscritos no Pan, pelas equipes feminina e masculina. Dos saltos ornamentais, os oito (quatro garotas e quatro rapazes) recebem recursos do Bolsa-Atleta.
Nos coletivos, das 18 garotas do futebol, nove são do Bolsa-Atleta. Da seleção feminina de handebol que foi campeã mundial em 2013, das 15 inscritas para o Pan apenas uma não é do Bolsa-Atleta. Da seleção feminina de polo aquático, as 13 são contempladas.
Vale esclarecer, sobre atletas que vão ou não a Toronto: os critérios de convocação dependem de cada Confederação e de interesses técnicos. Por exemplo: a natação do Pan será de 11 a 18 de julho, período próximo do Mundial de Desportos Aquáticos de Kazan, na Rússia, que é de 17 de julho a 2 de agosto – e tem importância maior, também por valer vagas olímpicas. Dessa forma, atletas como Cesar Cielo, da natação, ou Poliana Okimoto, das maratonas aquáticas, não vão a Toronto, seguindo direto para Kazan.
Há casos como do atletismo, em que “sobram” atletas de alto nível, porque são duas vagas por prova – Mauro Vinícius Hilário da Silva, o Duda, bicampeão mundial em pista coberta do salto em distância, não vai, porque outros dois estavam mais bem ranqueados nestes primeiros meses do ano: Higor Silva Alves e Alexsandro Nascimento de Melo.
Esportes coletivos
Dos esportes coletivos, três não divulgaram convocados (basquete, vôlei e rúgbi). Sem saber se terá direito ao convite para os Jogos Olímpicos do Rio 2016, o basquete brasileiro precisaria se classificar por uma das duas vagas da Copa América (a Masculina será de 31 de agosto a 12 de setembro, na Cidade do México, a Feminina, de 9 a 16 de agosto, em Edmonton, no Canadá). Os jogos do basquete no Pan são de 16 a 20 de julho (feminino) e de 21 a 25 (masculino).
Sem convite, a Copa América se torna fundamental para o Brasil participar do basquete no Rio 2016. O técnico Rubén Magnano, da seleção masculina, ainda pondera sobre convocações, para o Pan e a Copa América, ainda mais porque precisa saber da situação dos brasileiros da NBA e de lesões (ao menos os Estados Unidos não jogam a Copa América, já garantidos no Rio com o título mundial de 2014).
Magnano deverá mesmo trabalhar com dois grupos, porque a decisão da Federação Internacional de Basquete (FIBA), sobre a decisão ou não da vaga olímpica direta para o Brasil, que seria em 30 de junho, passou para a segunda quinzena de agosto.
No vôlei, tanto o técnico Bernardinho, da seleção masculina, como José Roberto Guimarães, da feminina, também ponderam sobre a necessidade de trabalhar com dois grupos cada um, por conta da Liga Mundial e do Grand Prix.
Há esportes, no entanto, que têm interesse maior em ir ao Pan, como do handebol ou do hipismo, que valem vagas olímpicas. Ainda assim, excepcionalmente para o Brasil, como país-sede de 2016, vagas nesses esportes já estão garantidas.
Maior programa de patrocínio direto
O Bolsa-Atleta, criado em 2004, é o maior do mundo quanto a patrocínio individual de atletas, garantindo condições míninas para que se dediquem ao esporte. As inscrições são abertas no primeiro semestre de cada ano, para aqueles que se destacam entre os primeiros do país. As categorias são: Atleta de Base (R$ 370), Estudantil (R$ 370), Nacional (R$ 925), Internacional (R$ 1.850) e Olímpico/Paralímpico (R$ 3.100).
A categoria Bolsa Pódio é para atletas indicados pelas respectivas Confederações, que estejam ao menos entre os 20 primeiros do mundo, dentre outros critérios, discutidos em grupo pela própria Confederação, Ministério do Esporte e Comitê Olímpico do Brasil (COB) e Comitê Paralímpico do Brasil (CPB). Os valores dependem da classificação mundial do atleta: as bolsas são de R$ 5 mil, R$ 8 mil, R$ 11 mil e R$ 15 mil.