Ministra defende somar esforços para combater desigualdade educacional
Na edição anterior do Fórum Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação, a importância da educação na superação da pobreza foi um dos principais temas discutidos. “Hoje eu volto aqui para fazer o inverso e discutir como podemos somar esforços para combater a desigualdade educacional”, afirmou a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello. Ela participou nesta terça-feira (16) da 15ª edição do fórum, em Mata de São João (BA).
Publicado 17/06/2015 09:08
Na ocasião, Campello destacou ainda que o segredo do combate à fome no Brasil foi a ação coordenada entre as redes de saúde, educação e assistência social. E, segundo ela, um dos principais resultados é a saída do Brasil do mapa da fome, segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).
O país conseguiu reduzir em 82% a situação de insegurança alimentar da população. “Conquistamos esse resultado porque conseguimos também garantir que 43 milhões de crianças sejam alimentadas diariamente nas escolas”, disse.
Sobre o Bolsa Família, a ministra reforçou que, quando o programa foi criado, os principais objetivos eram aliviar a pobreza e a fome, incluir e manter as crianças e adolescentes na educação, reduzindo o abandono escolar, e ampliar o acesso dos beneficiários à saúde, principalmente as crianças e as gestantes. “Doze anos depois, podemos nos orgulhar em ter alcançado ótimos resultados.”
Campello acrescentou que o Brasil Sem Miséria retirou 8 milhões de crianças da situação da extrema pobreza, além de garantir que elas fossem para a escola. “São 155 mil escolas no Brasil com estudantes do Bolsa Família. Temos também 17 milhões de crianças e adolescentes com frequência escolar acompanhada”, explicou.
Com o Brasil Carinhoso, as crianças de 0 a 48 meses passaram a ter prioridade. São 707,7 mil crianças do Bolsa Família matriculadas na educação infantil, sendo 636,7 mil em creches. A ministra explicou que, para cada vaga de crianças do Bolsa Família, os fundos municipais de educação recebem 50% a mais de verba para ajudar no custeio. “Mas hoje são R$ 800 milhões parados em conta. São 1.200 municípios que, mesmo depois de ter recebido o dinheiro, não abriram nenhuma vaga nova para a criança pobre.”
A ministra falou também sobre a saúde das crianças. Destacou que o Bolsa Família reduziu em 46% a mortalidade infantil por diarreia e 58% por desnutrição. “Estamos gastando 0,5% do PIB brasileiro para salvar nossas crianças que estavam morrendo por desnutrição”, disse. Ela acrescenta que o déficit de estatura entre as crianças do Bolsa Família reduziu em 51%.