Atentado tenta impedir as eleições do sindicato dos comerciários do RJ

O Sindicato dos Comerciários do Rio de Janeiro foi depredado na madrugada desta quarta-feira (17), às vésperas das eleições para a nova diretoria da entidade. Não demorou para 220 pessoas serem detidas, de acordo reportagem veiculada por jornais locais, algumas até portavam materiais de campanha da chapa defendida pela central UGT e confessaram que foram contratadas para tumultuar o processo eleitoral.

Sindicato dos comerciários do Rio - Jose Lucena

Esta é a primeira vez em anos que a central corre o risco de perder a direção do sindicato. Para o presidente estadual da CTB, Ronaldo Leite, esse foi o motivo que levou a UGT a orquestrar o atentado. As mais de 200 pessoas foram enviadas de São Paulo ao Rio de Janeiro, para cometer o atentado, em cinco ônibus de viagem.

Apesar da depredação, as eleições estão acontecendo normalmente hoje. Ronaldo afirma que o Ministério Público e a polícia acompanham o processo para evitar que novos atentados aconteçam.
Durante quase cinco décadas o sindicato foi presidido pela família Mata Roma, Luizant Mata Roma esteve à frente da entidade durante 40 anos e desde a morte dele, em 2006, o filho Otton assumiu a presidência. A administração de pai e filho deixou um rombo de mais de R$100 milhões ao sindicato. Devido às fraudes a Justiça do Trabalho interviu no sindicato, para pôr fim às décadas de controle da família.

Segundo a polícia, os detidos confessaram que foram contratados para prejudicar o processo eleitoral sob a ordem da Chapa 3, apoiada pela UGT e aliada à família Mata Roma. Eles portavam rojões, cassetetes e soco inglês e conseguiram depredar os oito andares do prédio do sindicato.
O interventor José Carlos Nunes, nomeado pela Justiça para atuar no sindicato em meio a denúncias de corrupção, uso inapropriado do sindicato e nepotismo, afirmou apesar do atentado, o processo eleitoral transcorre sem maiores problemas até o momento.

A CTB do Rio de Janeiro, que apoia a Chapa 1 – A Hora da Mudança – repudia as “manobras golpistas e truculentas que tentaram impedir que o legítimo processo eleitoral devolva o sindicato à categoria, desejo antigo dos comerciários do Rio de Janeiro”, afirma a entidade em nota.
“Esse fato denuncia que essa prática mafiosa que não tem mais espaço no movimento sindical e precisa ser extirpada do nosso meio. Lamentamos profundamente que existam centrais sindicais que se prestem ao papel de atuar ou apoiar esse tipo de atividade golpista que acaba por manchar a imagem de todo o movimento sindical”, diz ainda o documento.