Acesso à educação é melhor forma de combater violência
O secretário nacional da Juventude, Gabriel Medina, afirmou que é preciso melhorar a qualidade e universalizar o acesso ao ensino médio como forma de diminuir a vulnerabilidade dos jovens brasileiros à violência. Medina participou nesta quinta-feira (11) de audiência pública na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a violência contra jovens negros e pobres.
Publicado 12/06/2015 10:31
"A escola ainda está muito atrasada perto do que o jovem demanda. A universalização do ensino médio, todos os jovens cumprindo esse período escolar dos 15 aos 18 com uma escola de qualidade, seria um grande trunfo para o enfrentamento desse tema", disse Medina.
Segundo dados da Secretaria da Juventude, a cada dia, 60 jovens negros são assassinados no Brasil. O secretário ressaltou que, em 2013, foi implementado o programa Juventude Viva, que atende 142 municípios com os maiores índices de violência. O programa atua na criação de oportunidades de inclusão social e autonomia e na oferta de equipamentos, serviços públicos e espaços de convivência nesses territórios.
Ampliação do programa
O autor do requerimento para a realização da audiência pública, deputado Davidson Magalhães (PCdoB-BA), cobrou do governo federal um balanço dos dois anos do programa Juventude Viva.
Para ele, o programa ainda não está funcionando de maneira adequada e precisa de mais participação da população.
O deputado defende uma avaliação para, só depois, fazer uma ampliação do programa. "Nós temos uma juventude que está encarcerada porque tem pouca permanência nas escolas e, portanto, depende de políticas sociais. Então, nós queremos uma avaliação mais efetiva desse programa e medidas novas que venham a enfrentar essa situação."
Auto de resistência
Também na audiência, o subprocurador-geral da República, Mário Luiz Bonsaglia, destacou que, entre 1983 e 2012, 11.197 pessoas foram mortas em confronto com a polícia. Neste mesmo período, morreram 1.770 policiais.
Para reduzir esses números, Bonsaglia defendeu a aprovação de projeto de lei em tramitação na Câmara que extingue os autos de resistência. Os autos registram as mortes em confronto com a polícia como resultado de legítima defesa do policial.
Para o subprocurador, o auto de resistência gera impunidade, já que dispensa a investigação sobre as mortes ocorridas.
A próxima audiência da CPI da Violência contra Jovens Negros e Pobres está marcada para 13 de julho, em Pernambuco.