O governo do DF precisa assumir suas responsabilidades!
O balanço dos primeiros meses do Governo Rodrigo Rollemberg não é nada animador, nem para a administração, nem para os brasilienses. Ainda durante o período eleitoral, o então candidato Rollemberg anunciou que não negociaria com partidos políticos. Expressava opinião exótica para quem em pouco tempo estaria à frente de enormes desafios para governar o Distrito Federal.
Publicado 10/06/2015 11:29 | Editado 04/03/2020 16:38
No início do governo aderiu à sedutora, mas perigosa tese de demonizar a gestão que findava e atribuir a ela a culpa por todos os problemas. O Tribunal de Contas do Distrito Federal desmentiu a tese, ao divulgar que o GDF possuía R$ 1,6 milhão em caixa quando da passagem de governo, ao contrário do que a nova gestão havia divulgado.
A estratégia de impedir os aumentos negociados pelas categorias dos servidores, através de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade, patrocinada pelo Ministério Público, (segundo algumas versões, a pedido do governo) também naufragou, quando o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios a rejeitou, por 17 votos a zero, e garantiu que os servidores têm legítimo direito aos aumentos concedidos.
Até o momento, o governo parece não saber governar e nem querer fazer política, a boa política, diga-se de passagem, política com P maiúsculo, a arte de administrar conflitos, articular forças em torno de objetivos e promover ações públicas que mudem para melhor a vida da população. Em suma, assumir suas responsabilidades.
Enquanto 1 milhão de pessoas são atingidas pela paralisação do transporte público, o secretário Carlos Tomé expressa a posição de absenteísmo, afirmando que o governo está em “posição de neutralidade” e a greve deve ser resolvida entre patrões e trabalhadores. Como se o transporte público, a mobilidade urbana, o acesso dos brasilienses ao seu local de trabalho e estudo, aos serviços de segurança e de saúde e lazer e ao comércio não fossem de responsabilidade governamental e pudessem ficar ao sabor de lutas corporativas!
O receio maior é que o vácuo, que segundo alguns não existe na política, vá sendo preenchido pela politicagem, pela barganha e conchavos. O recente rompimento da presidenta da Câmara Legislativa com o governo revelou a ausência de um debate mais qualificado. É muito preocupante, porém não é surpresa, que situação no Distrito Federal se deteriore tão rapidamente.
O PCdoB-DF, comprometido com as lutas dos trabalhadores por seus direitos e com o direito dos brasilienses a condições dignas de vida, reafirma a necessidade de Brasília adotar um projeto de desenvolvimento, de inclusão social, de respeito à cidadania. É este o desafio que o atual governo (na verdade, todos) tem que enfrentar. É para isto que existe a política – a grande política! – que deve ser exercida pelos partidos e pelas entidades da sociedade civil.
Augusto Madeira, presidente do PCdoB-DF