Governo argentino critica greve que paralisou o país

O chefe de gabinete da Argentina, Aníbal Fernández, considerou, nesta quarta-feira (10), inútil a greve dos transportes que, nesta terça-feira (9), deixou o país quase paralisado, exigindo ajustes de salário acima do limite de 27% fixado pelo governo.

Greve na Argentina

"A greve não serviu de nada, o que precisa ser feito é se sentar e continuar discutindo salários em uma mesa de forma racional", declarou Fernández em sua habitual coletiva de imprensa matinal.

O movimento, organizado por sindicatos opositores, paralisou trens, metrô, ônibus, barcos e aviões na quinta greve de transportes durante o governo de Cristina Kirchner, que deixa a presidência em dezembro.

A greve, que incluiu manifestações e bloqueios nos principais acessos à capital argentina, foi realizada em meio à campanha eleitoral pelas eleições gerais de 25 de outubro.

"Esta foi uma greve 'política', que busca perturbar, fazer um gesto ruim. Uma medida que não foi cumprida na maioria dos bairros do país", avaliou o chefe de ministros.

Os sindicatos rejeitam que o governo fixe um limite de 27% de aumento salarial nas negociações coletivas com as empresas, enquanto analistas privados estimam que a inflação rondará os 30% em 2015.

Também exigem uma redução do imposto sobre a renda que atinge os salários médios e altos a partir dos 15.000 pesos mensais (1.680 dólares) com uma taxa de 35%.

A greve de 24 horas também afetou o transporte de cargas por caminhões, os serviços portuários e os voos nacionais e internacionais. Algumas empresas aéreas cancelaram voos depois que os trabalhadores das torres de controle avisaram adesão à paralisação.

Outras reivindicações dos grevistas são o aumento do salário mínimo para 12 mil pesos (cerca de R$ 4 mil) e a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda. No Brasil, os voos para o país vizinho foram cancelados.