Interpol emite alerta vermelho para encontrar seis dirigentes da Fifa
A Interpol informou nesta quarta-feira que emitiu um alerta internacional de busca contra dois ex-dirigentes da Fifa, incluindo Jack Warner, e quatro empresários ligadas ao futebol, a pedido de autoridades norte-americanas como parte de uma investigação sobre corrupção.
Publicado 03/06/2015 09:39
A Interpol informou que emitiu o chamado alerta vermelho – que não é um mandado de prisão internacional- para Warner, ex-presidente da Confederação de Futebol das Américas do Norte, Central e Caribe (Concacaf), e Nicolás Leoz, ex-presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol).
Os outros procurados são Alejandro Burzaco, Hugo Jinkis e Mariano Jinkis, que estão entre autoridades do futebol e executivos de marketing esportivo acusados pelos EUA de envolvimento mais de 150 milhões de dólares em subornos, e José Margulies, brasileiro que foi chefe de duas companhias envolvidas na transmissão de partidas de futebol.
A ação acontece uma semana após o esporte mais popular do mundo presenciar um escândalo envolvendo acusações norte-americanas de corrupção e uma investigação criminal suíça sobre a escolha das sedes das duas próximas Copas. Entre os presos está José Maria Marin, ex-presidente da CBF.
Demissão de Blatter
A revelação do esquema de corrupção na Fifa levou ontem Joseph Blatter a anunciar sua renúncia da presidência da entidade, após um reinado de 17 anos. Ele fica no cargo até uma nova eleição, que deve acontecer entre dezembro deste ano e março de 2016. Após o anúncio na sede da entidade, em Zurique, Blatter não respondeu a nenhuma pergunta. Ele apenas leu uma curta mensagem, em francês, para justificar sua saída cinco dias após sua reeleição. Segundo o ainda presidente da Fifa, ele não tem mais o apoio necessário do mundo do futebol para exercer a função.
Blatter envolvido no escândalo
O jornal americano New York Times e a rede de tevê ABC afirmaram na terça-feira (2) que Blatter é visado diretamente em uma investigação federal por corrupção. A informação não foi confirmada pelo FBI.
O suíço, de 79 anos, anunciou sua saída do comando da FIFA um dia após a divulgação de que seu secretário-geral, Jérôme Valcke, é o autor de uma transferência suspeita de US$ 10 milhões da África do Sul ao ex-vice-presidente da Fifa, Jack Warner.
A Federação sul-africana diz que o dinheiro foi encaminhado a um projeto de desenvolvimento esportivo para uma organização dirigida por Warner. Pretoria nega que tenha sido pagamento de propina em troca do apoio do dirigente para o país realizar a Copa de 2010.
Reações
Em nota, a Confederação Brasileira de Futebol disse ter ficado surpresa com a renúncia do presidente da Fifa, uma decisão de caráter pessoal. Em Havana, Pelé, que apoiou a reeleição de Blatter, disse que a entidade deve mudar e é preciso "gente honesta" para limpar o futebol mundial.
Em um breve comunicado, a Confederação Asiática de Futebol (AFC) se comprometeu hoje a "buscar o melhor caminho" para a Fifa e o futebol mundial. A AFC sempre foi uma aliada importante de Blatter e tinha apoiado sua reeleição.
Já a Federação de Futebol da Nova Zelândia disse hoje que Blatter não é bem-vindo no Mundial Sub-20 que acontece no país a partir de 20 de junho.