Em Havana, parlamentares dos EUA concordam com fim do bloqueio a Cuba
Quatro congressistas norte-americanos concordaram, nesta quarta-feira (27), em Havana, sobre a necessidade de levantar o bloqueio contra Cuba e o progresso contínuo na normalização das relações entre os dois países.
Publicado 28/05/2015 12:32
"Temos que acabar com esta proibição (bloqueio)" e encontrar uma "pragmática" forma de nos relacionar para benefício de ambos os povos, disse o deputado federal pelo Estado do Arizona, Raul Grijalva, um dos membros da delegação formada por dois senadores e dois deputados, todos democratas, que estão no país desde o último sábado (23).
Os legisladores informaram que ainda há muito trabalho a fazer no Congresso estadunidense para se conseguir o fim das políticas de agressão que foram mantidas durante mais de meio século. O Senador pelo Novo México, Tom Udall disse que há cada vez mais apoio bipartidário para a remoção das restrições ao comércio, turismo e relações com Cuba.
"Hoje, na Comissão de Relações Exteriores do Senado, a maioria dos democratas e republicanos são a favor do fim da proibição de viagens", explicou. O próprio Udall recentemente introduziu no Senado um projeto para pavimentar o caminho para a presença em Cuba de empresas de telecomunicações dos EUA.
"Estou otimista, embora eu não ache que isso vá acontecer amanhã", disse ele sobre a possibilidade de eliminar completamente o bloqueio.
Al Franken, um senador de Minnesota, disse que a maioria do povo americano apoia esse passo, como mostrado em pesquisas recentes. Mesmo na Flórida, disse ele, a maioria do público concorda com uma mudança na política em relação a Cuba. “É uma pequena minoria no Congresso que apoia o bloqueio contínuo”, disse ele.
O senador Udall salientou em seu discurso que Cuba e os Estados Unidos fizeram "grandes progressos" desde 17 de dezembro do ano passado, quando os presidentes Barack Obama e Raul Castro anunciaram o ponto de viragem nas relações entre os dois países.
Ele observou que 29 de maio é o prazo final para retirar Cuba da lista de países que patrocinam o terrorismo internacional e expressou confiança de que "nas próximas semanas" eles vão tomar as medidas finais para restabelecer as relações e a abertura de embaixadas diplomáticas.
Como observado pelas autoridades de ambos os países, a partir desse ponto abre um novo processo, muito mais longo e complexo, no sentido da normalização das relações.
Entre as propostas cubanas estão o levantamento do bloqueio e a devolução do território da Base Naval de Guantânamo.
Por sua parte, o congressista Grijalva disse que os intercâmbios culturais, artísticos e científicos são vitais para a normalização.
John B. Larson, representante de Connecticut, lembrou em seu discurso de abertura a importância das medidas que foram tomadas nos últimos cinco meses e recordou as palavras do presidente John Kennedy dizendo que "embora nós não possamos parar agora mesmo com nossas diferenças, pelo menos, podemos ajudar a tornar o mundo seguro para a diversidade. "
O objetivo desta visita foi o de promover a aproximação entre os dois países nesta primeira fase de normalização das relações através do comércio, turismo, telecomunicações e intercâmbio cultural.
Os legisladores destacaram as reuniões produtivas com funcionários de comércio exterior e investimento estrangeiro, relações exteriores, agricultura, com membros independentes de pequenas cooperativas e investidores de países estrangeiros.