Marcha defende legalização da maconha para acabar com guerra às drogas
Ativistas e manifestantes reuniram-se na tarde de hoje no Masp, na av. Paulista, para realizar a 8ª Marcha da Maconha, que defende a liberação do uso da droga. Os manifestantes deixaram o vão-livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp) e caminharam até o Largo São Francisco, onde fica a Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. A chegada ao largo ocorreu por volta de 18h50, e em sequência começaram a ser realizados shows de música.
Publicado 24/05/2015 13:37
O movimento foi focado na legalização da produção, circulação e uso de cannabis no Brasil, o que considera ser o primeiro passo rumo ao fim da “guerra às drogas”. O movimento reuniu cerca de 4 mil pessoas, segundo a Polícia Militar, mas os organizadores acreditam que o número seja maior, perto de 15 mil pessoas. Não houve conflitos durante a marcha.
Os manifestantes apresentaram faixas e cartazes em defesa da legalização da erva e para protestar contra prisões e mortes envolvendo o combate às drogas. Texto publicado no site da marcha afirma que “a proibição já se mostrou ineficaz em cumprir seu papel anunciado, o de controlar o uso de substâncias e plantas ilícitas, que a cada ano estão mais acessíveis, como a maconha”. E continua: “Então, por que insistir numa política que apenas leva a mortes e prisões, colocando o Brasil entre as três maiores populações carcerárias do mundo, com 715.655 presos? Por que não dar uma chance para a primavera verde florescer e provar que é possível construir uma política de drogas mais sensata e humana? Plantemos as sementes, quebremos as correntes”.
Por meio de um trabalho artesanal de origami, feito em papel de seda, o grupo confeccionou um rolo de cerca de 6 metros para simbolizar um cigarro de maconha aceso.
O evento realizado em 33 cidades foi organizado por grupos que defendem a droga. O historiador Júlio Delmanto contou que o tema deste ano é quer debater a liberdade de uso, legalização e contra as mortes. “A gente marchava para poder marchar, mas depois que o STF [Supremo Tribunal Federal] autorizou as manifestações a gente saiu da defensiva e nosso movimento cresceu muito”, disse ele, ao lembrar que, em 2011, o STF garantiu o direito de as pessoas se manifestarem em favor da legalização da droga. Para ele, a proibição das drogas resulta na violência.