Dilma homenageará no México heróis da guerra contra EUA

A visita de Estado de um presidente a outro país é o mais alto nível de contato diplomático entre dois governantes. Esse é o compromisso que a presidenta Dilma Rousseff terá durante sua visita ao México, nos próximos dias 26 e 27 de maio, com o presidente deste país, Peña Nieto.

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Por isso mesmo, existe uma série de cerimônias que caracterizam esse tipo de visita, embora com pequenas variações entre os países. Na maioria das vezes, inclui a salva de tiros; visita a locais relevantes para a história do anfitrião, como monumentos e templos; revista às tropas; e visita ao Poder Legislativo.

No caso da presidenta Dilma, a visita tem início com uma homenagem no Altar da Pátria, no parque de Chapultepec, onde ela vai fazer uma breve reverência e ofertar um arranjo floral. “O monumento comemora a resistência dos jovens alunos da Academia Militar Mexicana durante a guerra contra os Estados Unidos”, diz Raposo. No altar, construído em 1952, além da execução dos hinos nacionais brasileiro e mexicano, haverá salva de tiros, executada por integrantes do exército do país anfitrião, como forma de honra militar à presidenta.

Em seguida, Dilma será recebida pelo presidente Peña Nieto na sede do Poder Executivo, o imponente Palácio Nacional. O prédio foi construído em 1526 e remodelado em 1695 após um grande incêndio. “Normalmente, quando as visitas aqui são oficiais, elas não se dão no Palácio Nacional, mas como é uma visita de Estado, é no Palácio Nacional. O prédio começou a ser construído logo após a chegada dos espanhóis. É um belíssimo palácio e onde a presidenta será recebida com todas as honras de chefe de Estado”, explica o embaixador.

No palácio haverá revista às tropas, como uma demonstração de confiança à presidenta Dilma, cumprimento das delegações dos dois países, reuniões de trabalho e um almoço oferecido pelo presidente mexicano.

No dia seguinte, a presidenta vai receber uma homenagem do Poder Legislativo no Senado mexicano, encerrando assim os principais ritos cerimoniais da visita. “O que faz dessa visita ser uma vista de Estado são esses pequenos detalhes de protocolo a mais do que uma visita de trabalho normal”, finaliza o embaixador Raposo.

Relações comerciais

Atualmente, o Brasil é o segundo país que mais recebe investimentos mexicanos no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. No total, a economia brasileira já recebeu cerca de U$$ 23 bilhões em investimentos mexicanos. “A realidade é que são as duas maiores economias da América Latina que devem, portanto, trabalhar mais em conjunto”, afirmou o embaixador Antônio Simões, subsecretário-geral da América do Sul, Central e Caribe do Itamaraty, durante coletiva na última sexta-feira (22).

“A ideia é que a gente busque um novo horizonte comercial com o México. Exatamente o que vai ser esse novo horizonte nós vamos ter que ver na visita. Mas a ideia é justamente que a gente possa ter mais comércio, que a gente possa trabalhar para diminuir as barreiras aos produtos brasileiros e trabalhar, sobretudo, por essa expansão econômica”, acrescentou Antônio Simões.

Luta do Brasil contra fome é modelo para mexicanos

“Essa visita é fruto de um entendimento da presidenta como presidente Peña Nieto, no sentido de que há muitas convergências entre o Brasil e o México. Essas convergências se manifestam tanto no âmbito regional, por exemplo no âmbito da Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), como também no campo global, em iniciativas, por exemplo, na luta contra a fome”.

Nesse sentido, disse Antônio Simões, o México lançou recentemente um programa com algumas características semelhantes ao Bolsa Família e tem trabalhado muito essa questão.

Investimentos

Os principais setores brasileiros beneficiados com os investimentos mexicanos são a produção industrial, alimentícia, bebidas, telecomunicações e sobretudo o setor automotivo, que responde por quase metade do comércio total entre Brasil e México. Apenas o comércio automotivo representa quase a metade do comércio total.

Em março passado, o acordo automotivo Brasil-México, renovado por mais quatro anos em maio passado, prevê que cada país exporte para o outro até US$ 1,56 bilhão, sem o pagamento de imposto de importação, durante 12meses. Após esse período, subirá 3% a cada ano.