Chile terá que negociar sobre o mar, diz Bolívia
O vice-presidente boliviano, Álvaro García Linera, assegurou, nesta sexta-feira (22), que as próprias declarações e os documentos oficiais chilenos os obrigam a negociar com seu país uma saída soberana para o mar.
Publicado 22/05/2015 14:35
Segundo o também presidente da Assembleia Legislativa Plurinacional, o Chile não tem por onde escapar e advertiu que "são seus próprios documentos oficiais os que o vinculam a ter que dialogar com a Bolívia uma saída soberana ao oceano Pacífico".
O que a Bolívia faz, segundo García Linera, é usar as próprias palavras do governo chileno para estabelecer a definição básica e geral da saída soberana ao mar, consulta realizada por um juiz do Tribunal de Justiça de Haia, Holanda.
No entanto, ressaltou em declarações à Rede Uno que esse tema será debatido quando se iniciar o tratamento de fundo da demanda marítima boliviana, em data ainda a ser determinada.
"Fizemos um círculo lógico: temos utilizado a argumento chileno para reafirmar nossa posição", destacou, acrescentando que o Chile se move em uma confusão absoluta e total pelo fato de suas autoridades não saberem o que dizer para sair de suas contradições.
“Enquanto Santiago propõe um recurso para que a Corte Internacional de Justiça de Haia não trate sobre a demanda apresentada pela Bolívia, em sua resposta utilizam argumentos de fundo”, insistiu.
O Chile propõe um recurso, um obstáculo, dizendo "você não tem que tratar este tema", no entanto, já estão debatendo-o. O Chile move-se em contradições absolutas, disse.
Ao mesmo tempo, destacou que a Bolívia enfatiza a clareza e a contundência de seus argumentos, expostos na referida corte e reafirmados depois pelos documentos que mandou à mesma.
A Bolívia nasceu como república em 1825 com costa ao oceano Pacífico, mas uma invasão chilena, em fevereiro de 1879, lhe arrebatou 400 quilômetros de litoral e 120 mil quilômetros quadrados de territórios ricos em minerais.
La Paz reclama desde então o direito a uma saída soberana ao mar, cujo último passo foi a apresentação de uma demanda ante a Corte de Haia, cuja autoridade sobre o tema o Chile tenta desqualificar.
Fonte: Prensa Latina