Caged de abril mostra redução de 0,24% do emprego formal

O mês de abril registrou queda de 97.828 postos de trabalho com carteira assinada. O número representa uma queda de 0,24% com relação ao mês passado. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta sexta-feira (22) pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Carteira de Trabalho - Divulgação

Na série ajustada, que faz a inclusão de informações declaradas fora do prazo, o acumulado do ano teve uma redução de 0,33% o que representa um decréscimo de mais de 137 mil postos de trabalho. Entre os setores que registraram as maiores perdas estão a construção civil com redução de 0,77%, indústria de transformação (- 0,65%), comércio (-0,22%) e serviços (-0,04%)

Esse foi o menor número registrado no mês de abril desde 2003. Foram 1.527.681 admissões e 1.625.509 desligamentos.

Os dados foram anunciados pelo ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, em Florianópolis (SC). Ele destacou que mesmo com esse número, o país gerou 5,1 milhões postos de emprego formal desde 2011 e nos últimos 12 anos foram acrescidos 20,5 milhões de postos de trabalho.

Dias salientou que o Portal Mais Emprego do MTE disponibilizou, desde o início do ano, 700 mil vagas de emprego e que pelo menos 200 mil dessas oportunidades foram preenchidas por trabalhadores que buscaram vagas pelo sistema.

Segundo Dias, o país vive uma crise política e não econômica, e a campanha para gerar na opinião pública uma percepção de grave crise afeta as empresas, que ficam em compasso de espera. "Quem pretende empreender, desiste e não contrata, o que se reflete no mercado de trabalho", explicou.

O ministro ressaltou, porém, que com o ajuste fiscal e com os cortes que estão sendo anunciados, o governo está criando condições para que haja estabilidade econômica e o país volte a níveis de emprego como o de antes da crise política. Ele avaliou que, ao contrário do que acontecia nos anos 80 e 90, não há impacto dessa crise na informalidade, que permanece estável. "Estamos avançando com nosso programa de combate à informalidade, que busca legalizar 400 mil trabalhadores e elevar a arrecadação em R$ 2,6 bilhões. Temos boas perspectivas de investimentos, que devem ajudar na geração de empregos", avaliou.

Manoel Dias destacou ainda os investimentos estrangeiros no Brasil, que alcançaram R$ 17,5 bilhões nesse início de ano, e as políticas promovidas pelo FGTS, gerenciado pelo MTE, que tem um orçamento para financiamento de moradias, este ano, de R$ 56 bilhões. "Se todas elas forem construídas, serão 545 mil unidades, com expectativa de geração de 2,5 milhões de empregos", concluiu.