Publicado 22/05/2015 14:34

“Como de costume, a Bienal promoverá o diálogo entre artistas de diversas regiões e dará voz aos que não recebem o devido reconhecimento em seus lugares de origem”, comentou o diretor da bienal, Jorge Fernández.
O organizador do evento mais importante das artes visuais em Cuba explicou que a bienal não terá uma sede precisa pois transcorrerá simultaneamente em muitos lugares de Havana para que os artistas criem em função do lugar e do contexto urbano.
“A ideia principal é converter Havana durante todo um mês na galeria mais ampla do mundo”, afirmou. Essa intenção constitui ao mesmo tempo uma aposta no social, na melhoria do entorno de muitos bairros e com isso a vida de seus moradores.
Segundo Fernández, a 12ª edição da bienal apresentará criações em torno do tema “Entre a ideia e a experiência", pois a ideia que temos da arte geralmente é muito diferente da experiência real do artista.
Um propósito essencial da bienal de 2015 será a exposição dos processos de trabalho na arte, marcada em pleno século 21 pela colaboração.
Com essa lógica, o evento envolverá cientistas, músicos, arquitetos, bailarinos, desenhistas, fotógrafos, cineastas, profissionais de diversas especialidades.
A mostra paralela da bienal inclui expressões como dança, música, teatro, cinema e literatura, a partir da riqueza semântica que cada uma aporta e ao mesmo tempo as relações entre elas.
Em linha com os processos de produção artística contemporânea, a bienal tratará de relacionar múltiplas zonas do saber, além de propiciar oficinas de curadoria e encontros para refletir sobre arquitetura, urbanismo e outros tópicos.
Esta edição da Bienal de Havana abrirá espaços ao desenvolvimento de projetos educativos e à exposição de pesquisas acadêmicas que contribuam para a reflexão relacionada com as artes.
Para nós é importante a energia da cidade, apontou Fernández e convidou a envolver as comunidades nos projetos e a convertê-los em espaços de socialização.
Cinemas, parques, praças, museus, livrarias, edifícios comuns, esquinas de qualquer rua, acolherão estruturas de diferentes tamanhos com a intenção de fomentar um diálogo entre arte e habitat.
Os organizadores esperam também que as obras expostas provoquem perguntas acerca dos próprios espaços da cidade.
De acordo com o presidente do Conselho Nacional de Artes Plásticas, Rubén del Valle, a Bienal de Havana deve tornar a arte acessível aos mais diversos públicos, para que seja patrimônio da sociedade, não apenas de um segmento desta.