Publicado 21/05/2015 17:45
“Já temos experiência em Friburgo, Volta Redonda e Niterói com a integração das Polícias Civil e Militar e a Guarda municipal. Pedi levantamento de custos e, em algumas comunidades poderemos fazer mais rápido”, comentou ele.
Pezão participou, nesta manhã, do Fórum de Desenvolvimento Estratégico do Estado do Rio na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), centro da capital. O futuro do Complexo da Maré com a saída das Forças Armadas no dia 30 e a chegada da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) foi o tema do evento.
A Maré deve ser uma das primeiras a ganhar o sistema de câmeras. Para o governador, a geografia plana da comunidade pode facilitar o processo de pacificação. No local, está prevista a instalação de um centro de comando e controle. Segundo ele, a favela está melhor do que antes da presença das Forças Armadas. “Era uma cidade de 140 mil habitantes, onde, até a Força de Pacificação entrar, havia quatro comandos, a milícia e três comandos”, declarou.
A moradora Cremilda Carvalho, presidente da Associação Conjunto Bento Ribeiro Dantas, discorda do governador. “Os tanques estão quebrando nossas calçadas, inocentes estão levando tiros. Agora está pior do que antes”, comentou ela. “Queremos projetos sociais para os adolescentes e jovens que estamos perdendo para o crime”.
O presidente da Associação dos Moradores da Vila do João, Marco Antônio Barcelo Gomes, expressou o desejo da comunidade de que a nova unidade seja diferente das já existentes em outras comunidades. “Não queremos UPP só com armamento, pois estamos vendo que não está dando certo. Entregamos um documento ao governador há 20 dias, com as nossas reivindicações. Queremos educação, saneamento, atividades esportivas, cultura. Ele assinou e mandou para todo o secretariado dele, e agora vamos aguardar para ver se ele fará o que prometeu”, disse ele. Outro documento similar foi entregue à prefeitura.
"Têm sido feitas ações maravilhosas nas comunidades pacificadas, mas de forma desintegrada e desorganizada", declarou o presidente da Alerj, Jorge Piccinani."O papel do parlamento é ajudar na coordenação dessas ações, junto com os parceiros, e também fiscalizar os órgãos do estado executores dessas políticas públicas", opinou ele.
Piccinani também criticou os investimentos na área da cultura e do esporte oriundos de incentivos fiscais (ICMS e ISS), que segundo ele, priorizam a zona sul da cidade, onde há maior desenvolvimento social e econômico. "Solicitei que as comissões de cultura e de esporte da Alerj cobre dos secretários quais foram os investimentos, e onde foram feitos, nesses quatro anos, e o que está previsto para os próximos anos", declarou.
Foram convidados para o fórum, representantes das 36 entidades, entre elas da Força de Pacificação, dos governos estadual e municipal e do Poder Judiciário.