Ministro apresenta aos deputados projeto de defesa do país
Em audiência pública realizada na manhã desta quarta-feira (20), a Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional recebeu o ministro da Defesa, Jacques Wagner para falar sobre a formulação e a execução da política de defesa nacional.
Publicado 21/05/2015 11:50
Jacques Wagner apresentou as conquistas, projetos e desafios do seu Ministério, reiterando o papel da indústria militar. “A indústria de defesa, no mundo inteiro, é geradora de valores acima de um trilhão de dólares em negócios. No mundo inteiro ela é propulsora da economia e da indústria civil. Ela é a alavanca da indústria de inovação e tecnologia”, afirmou.
O ministro falou da importância do fortalecimento do sistema de defesa para um país como o Brasil, uma das 10 maiores economias do mundo, explicando que as três forças (Exército, Marinha e Aeronáutica) precisam estar “equipadas, motivadas e qualificadas” e que este é um esforço que “vem sendo feito nos últimos anos do Brasil desde a criação do Ministério da Defesa”.
Para Jacques Wagner, o Brasil, como 7ª economia mundial, não pode ser um mero comprador de produtos de defesa. Em sua opinião, “queremos ser produtor e exportador. Temos Inteligência para isso. Hoje não teríamos a Embraer se não fossemos obsessivos e determinados”.
A deputada Jô Moraes apresentou ao ministro três questões que considera de grande importância para análise do setor e que vem sendo acompanhada com preocupação pela parlamentar.
Ela destacou a informação de que o corte orçamentário previsto pelo governo recairia, em sua maior parte, sobre o Ministério da Defesa, com o adiamento da compra de equipamentos militares para as forças armadas; a criação de uma legislação antiterrorista e, por fim, a falta de articulação entre os ministérios das Relações Exteriores, Defesa e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.
Resposta do ministro
O ministro garantiu à deputada Jô Moares que “os nossos projetos estratégicos não podem sofrer descontinuidade. Podem até sofrer, vamos dizer assim, uma velocidade um pouco menor por conta do que a gente está atravessando, e eu reconheço a necessidade do ajuste."
Wagner disse ainda que essa situação não é exclusiva do Brasil. Ele lembrou que recentemente, em viagem oficial à França, conversou com o ministro da Defesa daquele país, Jean Jean-Yves Le Drian, que comentou com ele que às vezes muda o governo ou passa por momento crítico da economia, então os projetos são preservados, sem aceleração.
“Esse é o trabalho que eu estou fazendo. Eu ainda não tenho conhecimento definitivo dos números. Isso deverá ser passado para cada ministro, entre hoje e amanhã, na sexta-feira (22) vem a público. Ai a partir daí é que nós vamos trabalhar. Mas eu ainda estou trabalhando defendendo o orçamento do Ministério da Defesa”, afirmou.