Em Moscou, Ramonet alerta para as ameaças à humanidade
Em visita a Moscou, Ignacio Ramonet afirmou nesta segunda-feira (11) que a mudança climática, as armas nucleares e o capitalismo ultraliberal ameaçam a existência da humanidade.
Publicado 12/05/2015 06:18
Pouco antes de partir da Rússia depois de assistir à comemoração do 70º aniversário da vitória sobre o fascismo, o intelectual disse à Prensa Latina que é preciso lutar contra essas novas ameaças.
A vitória sobre o fascismo há 70 anos significou a salvação do planeta, foi uma forma de sobreviver, mas hoje há novos perigos sobre o mundo, é necessário fazer novas lutas.
Como diz o líder histórico da Revolução cubana, Fidel Castro, hoje é a mudança climática um desses perigos e é necessário mobilizar-se contra ele. Também são ameaças a nossa espécie o armamentismo nuclear e a forma de capitalismo neoliberal, ultraliberal, afirmou.
Ou seja, 70 anos depois da derrota da Alemanha nazista, a humanidade segue envolvida em lutas para alcançar uma sociedade mais justa e mais solidária, comentou.
Nascido durante a Segunda Guerra Mundial em 5 de maio de 1943 na Galícia (Espanha), Ramonet cresceu em Tanger, no Marrocos, onde se instalaram seus pais, espanhóis republicanos, que fugiam do franquismo.
Depois de concluir seu curso na Universidade de Bordeaux, regressou ao Marrocos e em 1972 voltou a Paris onde começou a trabalhar como jornalista e crítico de cinema. Posteriormente fez doutorado em semiótica e história pela Escola de Altos Estudos de Ciências Sociais, em Paris.
Catedrático de Teoria da Comunicação na Universidade Denis-Diderot (París VII), é especialista em geopolítica, estratégia internacional e consultor da ONU.
Foi um dos promotores do Foro Social Mundial de Porto Alegre que propôs o lema "Um mundo melhor é possível", e é autor de mais de 20 livros entre os quais se sobressaem as entrevistas autobiográficas Cem horas com Fidel e Minha primeira vida (testemunho do falecido presidente venezuelano Hugo Chávez).
Ao referir-se a sua presença em Moscou, Ramonet agradeceu o convite do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e ressaltou que ele e o mandatário cubano, Raúl Castro, expressaram a solidariedade de toda a América Latina e Caribe com a vitória contra o nazismo.
Eles mesmos e seus povos, como representantes da corrente progressista latino-americana e caribenha, tiveram que enfrentar outra forma de imperialismo que tratava de dominar a região, como quis fazer na Europa a Alemanha nazista, refletiu Ramonet.
Ao referir-se à celebração do 70º aniversário da vitória na Rússia, Ramonet indicou que foi um triunfo dos aliados, mas destacou que a carga mais importante recaiu sobre o Exército e o povo soviéticos, que perderam mais de 20 milhões de vidas para salvar o mundo o horror nazista.
Fonte: Prensa Latina