Youssef desmente Costa sobre pedido de Palocci à campanha de Dilma
Em depoimento à CPI da Petrobras, nesta segunda-feira (11) em Curitiba, o doleiro Alberto Youssef desmentiu a declaração de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, de que teria sido procurado pelo ex-ministro Antonio Palocci para viabilizar R$ 2 milhões em doações à campanha presidencial de Dilma Roussef em 2010.
Publicado 11/05/2015 13:38
“Não conheço Antonio Palocci e ele nunca me fez nenhum pedido para que angariasse recurso. Eu creio que ele esteja equivocado sobre esse assunto. Eu não creio que seja uma mentira, pode ser que outra pessoa tenha feito esse pedido e isso tenha sido feito, mas não foi feito comigo. Eu não conheço o Palocci ou os assessores dele", afirmou Youssef, preso desde março de 2014 acusado por corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
A declaração contradiz o que disse Paulo Roberto Costa em depoimento à CPI, dia 5 de maio último. Costa afirmou que o doleiro o procurou em 2010 e informou que o então ministro Antonio Palocci, da Fazenda, pediu R$ 2 milhões para a campanha de Dilma Rousseff (PT) à Presidência.
Foi com base nesse depoimento que a oposição tucana correu para o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e para o Supremo Tribunal Federal, para pedir investigação da presidenta. Os dois órgãos, no entanto, negaram a abertura de inquérito contra a presidenta por não ter provas.
Como aconteceu no depoimento de Costa, a grande imprensa trata as ilações dos réus confessos da investigação da Lava Jato, como fatos desde que sejam contra o PT.
Vaccari
Outra contradição no depoimento do doleiro foi sobre a relação com o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto. Segundo ele, Vaccari “deve ter ido” ao seu escritório no fim de 2013 ou início de 2014.
Questionado se convidou Vaccari, o doleiro afirmou: “Não liguei para ele convidando para ir ao meu escritório. Pode ser que em encontros casuais em restaurantes, eu possa ter dito para ele ir ao meu escritório tomar um café. Era só para tomar um café”.
“Nunca operei com Vaccari diretamente, fiz operação para a Toshiba (empresa investigada na Lava Jato) que diz que o dinheiro era direcionado para Vaccari”, disse Youssef.
Apesar disso, Youssef afirma que mandou entregar dinheiro para a cunhada do ex-tesoureiro, Marice Corrêa, e também na sede do PT, em São Paulo.
Ele afirma que entregou R$ 400 mil a Marice, mas disse, porém, que nunca conversou com Vaccari a respeito disso. Como?
Depois afirmou que em duas vezes mandou entregar dinheiro que teria como destino o então tesoureiro do PT, preso pela Operação Lava Jato e disse que encontrou-se pessoalmente com Vaccari.
“O único repasse que eu fiz ao Vaccari foi por intermédio da Toshiba, eu já relatei”, disse ele.
Mídia golpista
No depoimento de Youssef desta segunda (11), ele foi questionado pelo deputado tucano Bruno Covas (PSDB-SP), se o Planalto sabia do esquema, e respondeu: “Não havia uma coordenação, mas acredito que eles tinham conhecimento”.
As manchetes da grande mídia, no entanto, davam o “acredito”, “devia ser” ou o “pode” de Youssef como fatos. A manchete do Estadão, por exemplo, dizia: “Doleiro confirma que Planalto sabia de corrupção na Petrobras”.
A CPI da Petrobras vai ouvir 14 investigados, entre eles os ex-deputados André Vargas (ex-PT, hoje sem partido), Pedro Corrêa (PP) e Luiz Argolo (ex-PP, hoje no SD).
Do Portal Vermelho, com informações de agências