Tucanos usam ilações de Youssef para tentar incluir Lula na CPI
Sem apresentar uma única prova ou indício de que suas afirmações poderiam ser comprovadas, o doleiro Alberto Youssef, réu confesso no esquema de propinas na Operação Lava Jato, disse em depoimento à CPI da Petrobras, nesta segunda-feira (11), o que a oposição tucana queria ouvir: citou o nome do ex-presidente Lula e da presidenta Dilma Roussef.
Publicado 11/05/2015 17:13
Apesar de usar palavras como “acredito”, “pode ser” e “devia ser”, o depoimento do doleiro é usado pelo PSDB para tentar incluir o ex-presidente Lula na investigação política.
Isso porque Youssef, preso desde março de 2014 por corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa, disse aos parlamentares que o ex-presidente foi o responsável por ordenar um suposto pagamento para a agência Muranno Marketing, que prestava serviços à Petrobras.
“É uma declaração muito forte e um motivo grande para que Lula e a presidente Dilma Rousseff sejam incluídos em todos os instrumentos de investigação ligados à Lava Jato", disse o deputado federal Nelson Marchezan Junior (PSDB-RS).
Ao tentar criar um factoide, o tucano esqueceu de dizer que a acusação é baseada no que supostamente alguém contou para ele. "Quem me contou isso foi o Paulo Roberto Costa", disse Youssef no depoimento.
Quando questionado pelo também tucano Bruno Covas (PSDB-SP) se o Planalto sabia do esquema, o próprio doleiro desqualificou o seu depoimento afirmando se tratar apenas de uma avaliação pessoal.
“Confirmo e digo que isso é no meu entendimento. Não digo que havia uma coordenação [do Planalto], mas acredito que eles tinham conhecimento, no meu entendimento, do que acontecia”, disse Youssef.
Nos últimos dias, os tucanos com apoio da grande mídia, têm lançados factoides tentando incriminar o ex-presidente. Divididos sobre a estratégia de golpe, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso publicou artigo em que defende a judicialização da política e afirmou que o alvo deve ser o Lula.
Desde então, a campanha de mentiras e difamações contra o ex-presidente se intensificou. A última foi uma suposta confissão dele ao ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica, sobre o chamado “mensalão”. Mujica desmascarou a mentira criada pelo O Globo, que pinçou suas declarações.
A depoimento do réu confesso Youssef, portanto, segue a mesma cantilena. Além disso, Youssef é notoriamente conhecido por mentir em depoimentos para tentar se livrar da prisão. O procurador da República Vladimir Aras afirmou em seminário na quinta-feira (7), em São Paulo, que Youssef mentiu na primeira delação premiada que assinou, há 12 anos, época do caso Banestado.
Em 2003, Youssef prometeu deixar atividades de lavagem de dinheiro e remessas ilegais ao exterior quando assinou a primeira delação, no chamado caso Banestado. Em 2014, o juiz federal Sergio Moro considerou quebrado o acordo, pois o MPF entendeu que o doleiro continuou no crime. Mas, estranhamente, mesmo demonstrando não ter credibilidade, sete dias depois, o próprio Ministério Público deu uma segunda chance, em troca de informações sobre o esquema na Petrobras.
Do Portal Vermelho, com informações de agências