Rússia e América Latina unidas em história centenária
As relações diplomáticas da Rússia com a América Latina datam do século XIX, na maioria dos casos, com uma aproximação gradual nas últimas décadas às aspirações mútuas de um mundo multipolar e mais seguro.
Publicado 08/05/2015 19:01
O interesse russo pelo que acontecia no Novo Mundo ou hemisfério ocidental é associado ao imperador Alexandre I, que obteve dos embaixadores relatórios regulares sobre os acontecimentos no México depois do Grito das Dores, o marco da independência mexicana liderada pelo padre Miguel Hidalgo, e os ares libertários no sul do continente americano.
Tais antecedentes das relações russas com América Latina estão reunidos em atas, protocolos, memórias e fotos de arquivos históricos, que foram apresentados recentemente pela Chancelaria.
Os vínculos com Argentina e México, pelo menos, têm uma história com mais de cem anos, 130 e 120 anos, respectivamente, do estabelecimento de relações, cujos aniversários se comemoram em 2015.
Colômbia (80) e Cuba (55) são dois parceiros latino-americanos que também comemoram um ciclo histórico de relações com a Rússia e a extinta União Soviética.
“A Rússia mantém relações diplomáticas com os 33 Estados da região da América Latina e Caribe, e a propósito indico que este ano comemoramos o aniversário comum com mais de uma dezena, ou seja, quase a metade dos países latino-americanos”, disse o titular da Duma estatal (câmara baixa), Serguei Naryshkin.
“Interagimos de maneira ativa com nossos parceiros do continente tanto nos formatos bilaterais como nas instâncias da ONU e devo enfatizar que, na maioria dos temas da agenda internacional, nossos critérios coincidem ou se aproximam”.
Ainda segundo ele, “os latino-americanos apoiam as prioridades da Rússia na Assembleia Geral das Nações Unidas, entre as quais se destacam as iniciativas para a segurança da informação, as medidas de transparência no cosmos e contra a glorificação do nazismo. Com uma série de Estados, nossas relações cobraram nível de associação estratégica, incluída Cuba, assim como Argentina, Brasil, Equador e Venezuela. Destaco, especialmente, que apesar da diversidade de posições na América Latina, da ambiguidade em alguns casos com respeito à situação na Ucrânia e da reunificação da Crimeia com a Rússia, e das sérias pressões dos Estados Unidos e da União Europeia, os latino-americanos não se somaram às sanções antirrussas”.
O político russo acrescenta que na América Latina trabalham muito ativamente as companhias nacionais nas esferas de energia, transporte, metalurgia e pesca.
“Potencializamos também a cooperação em outras áreas como a humanitária, contatos culturais e linhas estratégicas em setores de altas tecnologias como o espaço, nanotecnologia e o uso pacífico do átomo. A modo de resumo, o intercâmbio comercial com os países da América Latina e do Caribe se elevou em 2014 a cerca de 17,1 bilhões de dólares, com um potencial muito maior na atualidade”, disse.
“Entre Rússia e Cuba se estabeleceram relações construtivas, autênticas entre parceiros, baseadas em um sólido fundamento, corroborado pelas relações bem-sucedidas e pela afinidade mútua que se remonta a muitos anos. Apesar da distância geográfica que separa os dois países, não existiu nunca obstáculo para que seguíssemos o desenvolvimento da vida do povo cubano e do destino do país. Não faltou o apoio nosso à vontade de Cuba de preservar a liberdade e independência, enquanto admirávamos a valentia de seus heróis nacionais. A Duma estatal adotou a cada ano por unanimidade as resoluções de condenação ao bloqueio dos Estados Unidos, e nosso país apoiou na Assembleia Geral da ONU a demanda dos cubanos de acabar com o embargo contra a ilha”.
Fonte: Prensa Latina