A Síria paga o preço de ser anti-imperialista e antissionista
A campanha midiática contra a Síria tem por objetivo destruir e fragmentar um dos países mais anti-imperialistas e antissionistas do mundo, afirmou em entrevista à agência Prensa Latina o ministro da Informação, Omran al-Zouabi.
Publicado 04/05/2015 07:03
O ministro explicou como mais de 1.200 meios de comunicação dos Estados Unidos, alguns países ocidentais, Israel e as monarquias do Golfo, mantêm uma guerra midiática de desprestigio contra o Estado sírio.
"Todos pertencem à mesma corrente, à aliança entre o dinheiro e a força", sublinhou.
Segundo o ministro, a Síria se converteu em um muro de resistência frente ao projeto expansionista dos Estados Unidos e de Israel na região. Quando estes viram o momento adequado, tentaram destruir a unidade do povo sírio, em conluio com outros países árabes.
"Muitos meios de comunicação estão a serviço desse projeto, desde o princípio da guerra contra a Síria há quatro anos, e há uma grande campanha midiática que não se detém", disse.
Al-Zouabi explicou como se trabalha arduamente para enfrentar essa manobra de desinformação, que inclui a circulação de rumores para criar caos e divisões internas.
"Tratamos de elevar o nível de consciência da população para enfrentar e desmentir os rumores – agregou –, porque com esses rumores se busca romper a unidade do povo, incitando o sectarismo e as divisões religiosas, e destruir a moral dos soldados e oficiais do exército".
O representante do governo sírio denunciou também o bloqueio das informações do país para o exterior, a partir de sanções que impedem a transmissão de sinais da televisão local pelos satélites Nilesalt e Arabsat, que cobrem quase todos os países árabes e algumas regiões próximas, assim como os satélites europeus.
"Tratamos de utilizar todos os meios e usamos as novas tecnologias da comunicação social, como as redes sociais Facebook e Twitter e outros sítios eletrônicos como o YouTube para difundir imagens, vídeos e documentários", comentou, referindo-se à busca de alternativa a esse boicote.
O ministro sírio também opinou sobre os recentes acontecimentos ocorridos no Iêmen, depois que uma força militar conjunta árabe, com a Arábia Saudita à frente, interveio nos assuntos internos do país situado no sul da Península Arábica.
"A Turquia, a Arábia Saudita, o Catar e os Estados Unidos desejam e planejam realizar essa intervenção aqui, mas sabem que a Síria não é um joguete e que a situação é diferente, porque há resoluções internacionais que reconhecem a existência de forças terroristas dentro do país".
"Qualquer intervenção militar contra o governo sírio – apontou –, constituirá um apoio direto ao terrorismo".
Al-Zouabi explicou que por tais razões esses países tratam de promover uma chamada "oposição moderada" na Síria, em sua opinião um conceito desconhecido das ciências políticas. "Não pode haver uma oposição, em nenhum lugar do mundo, que seja armada", afirmou.
Recordou que até o momento, a Arábia Saudita, apesar de sua aliança com outros países da área, não se atreve a fazer uma operação terrestre no Iêmen porque o custo seria muito alto, política e militarmente.
"A coisa não é tão simples para que intervenham na Síria – afirmou –, e os resultados de uma agressão vão conduzir a graves consequências no Oriente Médio".
O ministro da Informação se referiu também aos acampamentos de treinamento de futuros rebeldes armados no território da Turquia, com o uso de instrutores militares do exército estadunidense. "Há milhares de rebeldes que entraram na Síria através da fronteira com a Turquia, a média é de mil pessoas armadas por mês”, disse.
Sobre as próximas conversações em Genebra, al-Zouabi disse que era prematuro falar de expectativas sobre essa conferência.
"A Síria respondeu positivamente às iniciativas do enviado especial do secretário geral da ONU, Staffan de Mitsura, que falava sobre a interrupção dos combates em Alepo, mas esse plano foi congelado. Agora serão simplesmente consultas, nada mais", sublinhou.
Igualmente, o ministro ressaltou que a única saída para a crise que a Síria vive será política, e que o governo está aberto e acolhe o diálogo com a oposição, preservando a soberania nacional e a independência.
"Rechaçamos a ingerência estrangeira nos assuntos internos do país, tratamos de salvar nossa geografia natural, e os componentes da sociedade síria" enfatizou o titular da Informação.
Fonte: Prensa Latina