Defensoria contesta Richa: não havia black blocs
Em nota, a Defensoria Pública do Estado do Paraná contradiz o governador Beto Richa (PSDB), que justificou a agressiva ação policial contra professores na última quarta-feira sob o argumento de que havia black blocs infiltrados nos protestos.
Publicado 02/05/2015 14:47
A Defensoria Pública do Estado do Paraná negou a presença de black blocs na manifestação de professores ocorrida na última quarta-feira (29) em Curitiba, e que foi violentamente contida pela Polícia Militar. A informação contesta o que vinha defendendo o governador Beto Richa (PSDB).
Em nota, o Grupo de Trabalho de Direito Penal da Defensoria informou que 12 pessoas foram detidas, entre professores e outros servidores, e dois adolescentes, apreendidos. De acordo com o órgão, eles foram ouvidos, autuados por crimes como resistência, desacato e perturbação do trabalho ou sossego alheio e liberados.
"Destaque-se que nenhuma das pessoas detidas foi autuada em virtude da prática de crime de dano ao patrimônio público ou privado, porte de arma ou artefato explosivo, não havendo nenhum indício de que tais manifestantes sejam integrantes de grupos denominados black blocs", diz o texto.
No dia do episódio, Richa defendeu a ação policial, declarou não ter visto excessos e justificou o cerco à Assembleia Legislativa, onde os servidores públicos queriam entrar e os agentes tinham como função não permitir. A ação da PM, disse Richa, foi motivada pela identificação de black blocs na organização e no meio dos protestos.
"Partiram para cima dos policiais com as grades de contenção e estavam preparando coquetel molotov quando foram detidos", declarou.
A contestação da Defensoria apenas torna mais grave a situação do governador, que ontem foi alvo de novo protesto no Palácio do Buriti. Os manifestantes jogaram corante vermelho na água do chafariz da sede do governo para simbolizar o sangue dos mais de 200 feridos no massacre de quarta. Desde então, Richa vem sendo criticado até por aliados.
Fonte: Brasil 247