Profissionais da educação básica realizam greve nacional nesta quinta
A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) organizou uma Greve Nacional dos trabalhadores da educação básica do país, marcada para acontecer nesta quinta-feira (30), com o objetivo de unificar “a luta dos trabalhadores em educação”. De acordo com a entidade, 10 estados – São Paulo, Santa Catarina, Pernambuco, Paraíba, Pará, Roraima, Paraná, Goiás, Alagoas, Amazonas e o Distrito Federal – já realizaram algum tipo de paralisação neste ano.
Publicado 30/04/2015 09:49
A diretora executiva da CTB e dirigente da APLB-Sindicato, na Bahia, Marilene Betros explica que essa paralisação vem sendo preparada há tempos em favor da regulamentação do Plano Nacional de Educação (PNE), “fundamental para colocarmos a educação pública como prioridade absoluta do Estado brasileiro”, assevera.
A paralisação dos profissionais da educação básica faz parte da 16ª Semana em Defesa da Educação Pública e “visa chamar a atenção da sociedade sobre a situação vivenciada pelos educadores com condições de trabalho ruins e escolas sem infraestrutura suficiente para atender os alunos”, reclama Isis Tavares Neves, presidenta da CTB-AM e dirigente da CNTE.
Ela realça a necessidade de ampliação do debate em torno da “valorização dos profissionais e da criação de políticas públicas de inclusão e da criação da escola integral com qualidade”, defende. A começar, segundo Isis, da denúncia dos governadores e prefeitos que se recusam a pagar o Piso Nacional do Magistério. “O não reconhecimento do Piso por muitos gestores estaduais e municipais causa transtornos irreversíveis ao desenvolvimento dos trabalhos. Se não pagam nem o Piso, que dirá investir em infraestrutura e aprimoramento profissional?”, questiona.
Outro ponto importante das reivindicações destacado por Marilene refere-se à criação do Sistema Nacional de Educação. “Isso precisa acontecer para haver regulação do setor no país inteiro. Tanto na educação pública, quanto na privada”, reforça. De acordo com a educadora cetebista somente com a criação desse sistema é que se pode “criar um regime de colaboração entre a União, os estados e os municípios, dividindo as responsabilidades e todos juntos tornarem a educação a prioridade das prioridades”.
De acordo com Isis, o movimento também se solidariza com os professores em greve no país afora, principalmente “os trabalhadores em educação do Paraná e de São Paulo pela recusa dos governadores tucanos desses estados em dialogar com os trabalhadores. No Paraná houve repressão policial pela madrugada a professores desarmados. Em São Paulo, o governador não dialoga e um segurança atirou contra professores que colavam cartazes em postes, na zona leste da capital. Num estado onde há salas de aula com 140 alunos”, denuncia a educadora amazonense. Segundo ela, a greve desta quinta-feira é para “chamar a atenção da sociedade para a importância estratégica da educação”.
Tanto Isis quanto Marilene lembram a necessidade de implementação do PNE com maiior rapidez. Elas apregoam a implantação com urgência dos planos de educação estaduais e municipais para dar prosseguimento à regulamentação do PNE e consequente empoderamento da educação. "Precisamos chamar a atençaõ principalmente dos trabalhadores, pois são seus filhos que estão matriculados nas escolas públicas", ressalta Isis. "Para o Brasil ser realmente uma pátria educadora é fundamental aumentar os investimentos nessa área estratégica para o desenvolvimento de qualquer país", reforça Marilene.
Marilene assinala avanços que ocorreram na última década com o aumento substancial de alunos nas universidades e melhorias em todos os níveis educacionais, como a própria criação do Piso Nacional do Magistério. Mas “ainda tem que mudar muito para termos uma escola capaz de corresponder à demanda dos alunos”, acentua. “A escola precisa ser acolhedora para as crianças e jovens sentirem prazer em estudar”.
Manifestação marcada para São Paulo
Uma grande manifestação está marcada para São Paulo ainda na tarde desta quinta (30). Os professores da rede estadual em greve há mais de 40 dias devem se reunir no vão livre do Masp, na Avenida Paulista, quando organizarão uma assembleia. A Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) exige que o governo do Estado dialogue e dê algum sinal de negociação aos pedidos de reajuste salarial.
Do Portal Vermelho, com informações do Portal CTB