Para Conselho Mundial da Paz, Brasil deve reconhecer Saara Ocidental
A presidenta do Conselho Mundial da Paz, Socorro Gomes, defendeu que o Brasil reconheça a República Árabe Saaráui Democrática. Em audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara, nesta quinta-feira (30), sobre a situação de conflito no Saara Ocidental, ela ressaltou que a permanência do colonialismo na região é “criminosa”.
Publicado 30/04/2015 12:18
Ela acredita que o Brasil deve tomar iniciativa mais ousada em relação ao conflito entre povo Saaraui e Marrocos e reconhecer a república constituída pelo povo. “Só assim estaremos ajudando na construção da paz”, disse. Ela afirmou que o conselho presta “solidariedade irrestrita” ao povo do Saara Ocidental pela sua autodeterminação e independência.
Socorro destacou que o muro que cerca o Saara Ocidental – o segundo maior muro do mundo, depois da Muralha da China -, vigiado por soldados, vem impedindo o povo Saaraui de acessar seus recursos naturais e tem dificultado a convivência da população.
Para ela, é preciso que as duas partes busquem o diálogo, mas, se uma parte é extremamente poderosa, utiliza-se de armas, e a outra é vitimada, tem direitos humanos e meios de sobrevivência tolhidos, é preciso que outras nações interfiram.
“O povo do Saara Ocidental tem buscado acordo, mas tem sido tolhido pela intransigência de Marrocos”, salientou. “As Nações Unidos estão a dever ao povo Saharauí, porque 40 anos é muito tempo para se encontrar uma solução”, completou.
O deputado Jean Wyllys (Psol-RJ), um dos solicitantes da audiência, considera “curioso” que ainda se discuta a autodeterminação dos povos em pleno século 21. “Paz sem voz, não é paz, é medo”, disse. "O povo tem que dizer o que quer para si mesmo”, afirmou, defendendo o referendo no Saara Ocidental, em que o povo decidirá pela independência em relação ao Marrocos ou se quer se parte do país.
Câmara discutirá situação do Saara Ocidental