Publicado 28/04/2015 16:34
A senadora alegou que “não tem como conviver” no partido e que foi “isolada e estigmatizada” pela direção. Apesar de sair, Marta deixou claro que não pretende renunciar ao mandato de senadora, que poderá ser requisitado judicialmente pelo PT, se a direção do partido assim o quiser.
Apesar de se colocar como vítima, Marta assumiu o discurso da oposição e resolveu utilizar a mídia para destilar suas “críticas” ao governo e ao partido. Mas escancarou os seus reais interesses ao articular com os, até então, adversários políticos. Marta teria fechado um acordo com aval do tucano Geraldo Alckmin, governador de São Paulo, para a sua filiação ao PSB em abril.
E pelo andar a carruagem, deve se confirmar. Alckmin comemorou a desfiliação de Marta classificando como um "reforço importante" à oposição ao governo federal.
"É sempre positivo. Ela é uma liderança importante, é senadora por São Paulo e foi prefeita da capital paulista", disse Alckmin, durante almoço-debate promovido com empresários.
O objetivo real do ataque contra o PT e o governo da presidenta Dilma Rousseff seria garantir palanque, inclusive da mídia, nas eleições de 2016.
Posição do PT
Apesar disso, a senadora não anunciou ainda a qual partido pretende se filiar. A direção do PT, por sua vez, ainda não emitiu nenhum posicionamento oficial sobre o assunto. No entanto, em entrevista ao jornal O Globo, o vice-presidente do diretório nacional, Jorge Coelho, afirmou: "Só nos resta buscar nossos direitos".
E completa: "A gente só lamenta que tenha sido desta maneira, sem debate e sem condições de contrapor os argumentos dela", disse.
Em matéria publicada no site do partido, um dos coordenadores do PT, Francisco Rocha, ponderou: "É uma perda para os dois lados. Historicamente, todos os que saíram do PT para tentar uma aventura fora se deram muito mal. Pau que bate em Chico bate em Francisco".
Segundo ele, uma eventual candidatura de Marta Suplicy não afeta as chances de reeleição do atual prefeito da capital paulista, Fernando Haddad (PT). O interesse em disputar a vaga para concorrer à prefeitura de São Paulo seria um dos motivos da saída de Marta.
Já o vice-presidente nacional e coordenador das redes sociais do PT, Alberto Cantalice, cobrou, em publicação no Twitter na segunda-feira (27), o mandato da senadora.
“O PT não deve nada a Marta Suplicy. A devedora é ela que foi eleita pela militância para todos os cargos que disputou. #VáMasDeixeoMandato”, alfinetou Cantalice.
Do Portal Vermelho, com informações de agências