Aliel Machado: A nova batalha pela Educação

É com muita tristeza e preocupação que, justamente na semana em que se comemora o dia do trabalho, data esta marcada por conquistas históricas da classe que representa boa parte do nosso país, tenhamos que nos deparar novamente os educadores paranaenses tendo que ir às ruas tentar defender os seus direitos.

Por Aliel Machado*, no PCdoB na Câmara 

Aliel Machado é deputado federal pelo PCdoB

A insistência do Governo do Estado em aprovar na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) um projeto que pretende modificar o fundo previdenciário – Paranaprevidência – dos servidores do estado é reflexo de uma má gestão sem precedentes.

Já no início do ano letivo os estudantes de todo o Estado ficaram dois meses sem aulas por conta dessa tentativa do governador em aprovar o projeto, passando por cima dos direitos e opiniões da maioria. O prejuízo à educação já é irreparável, tendo em vista que as reposições de aula nem sempre dão conta de atender ao conteúdo que seria aplicado em tempo normal.

Agora, com policiamento reforçado de mais de mil homens da segurança pública em frente a Alep, cercada de grades e tropa de choque – um aparato desproporcional e excessivo -, o Governo espera finalmente passar por cima dos interesses coletivos para aprovar o projeto e equilibrar as contas, que se estão no vermelho, não é por culpa daqueles que agora veem seus direitos sendo ameaçados, mas sim de quem está no comando de um dos Estados mais ricos da federação.

Mas não sem resistência, não sem luta. Mesmo com tropa de choque à espera, professores de todo o Estado estão mobilizados, cobrando do governador o cumprimento de uma promessa feita ainda durante a greve passada. Desde o início da manhã eles estão nas ruas e dispostos a pressionar e impedir que os deputados paranaenses cometam esse ato de injustiça com os servidores do Paraná.

A batalha será árdua e possivelmente traumática, assim como foi na primeira greve. Mas é importante a população compreender quais forças estão em jogo. Sei que é triste ver o filho em casa, sem aula, enfrentando dificuldades pelas quais não deveria estar passando, principalmente na área da educação. Por outro lado, a lição que fica de uma greve é a de lutar pelos direitos, lutar pelo que já foi conquistado ao longo do tempo e mostrar que, mesmo que a caneta esteja na mão de quem está no poder, com a sociedade unida, o poder também pode estar nas mãos do povo.

*Aliel Machado é ex-presidente da Câmara Municipal de Ponta Grossa e Deputado Federal pelo PCdoB.