Festival da Juventude Rural da Contag reúne mais de 5 mil jovens
Começou na manhã desta segunda-feira (27) o 3º Festival da Juventude Rural da Contag. O ato político de abertura, que será realizado às 15 horas contará com a participação do ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, e outras autoridades políticas, além de dirigentes da Contag. Todas as atividades acontecem no Parque da Cidade, em Brasília.
Publicado 27/04/2015 12:00
Mais de cinco mil jovens de todo o Brasil estão reunidos para o Festival que recebe ainda 21 representantes de delegações internacionais de nove países da América Latina. O principal tema debatido pelos jovens do campo, da floresta e das águas este ano é a sucessão rural.
O encontro fecha um longo processo de diálogos realizado com os jovens rurais durante todo o ano de 2014. Neste período a Contag realizou inúmeros festivais, rodas de conversa e outras atividades em diversos municípios das cinco regiões do país. O acúmulo de experiências resultou em propostas que serão debatidas durante os quatro dias de evento.
Todos os jovens são representantes de comunidades e voltarão com uma ampla bagagem para compartilhar com quem ficou.
Delegações internacionais
Os 21 jovens rurais da Argentina, Bolívia, Chile, Costa Rica, El Salvador, Equador, Paraguai, Porto Rico e Uruguai chegaram neste domingo (26), cheios de expectativas, para o encontro com a juventude camponesa brasileira.
Gabriela Zarate, de 27 anos, representante da União Agrícola Nacional do Paraguai conta que uma de suas principais expectativas é conhecer as experiências de luta do movimento sindical brasileiro. “O Brasil tem uma grande história de lutas e já conseguiu muitos sucessos, queremos aprender com os jovens brasileiros”, afirma.
Também do Paraguai, Eder Villalba, de 26 anos, da Organización Nacional Campesina conta que pretende aprender com o Movimento Sindical dos Trabalhadores Rurais do Brasil sobre organização e sustentabilidade sindical.
O representante do Movimento Unitário Campesino e Etnias do Chile (Mucech), Rodrigo Yañes, quer também compartilhar suas experiências. “No Chile, a água não é um direito de todos. Desde 1981, durante o governo ditatorial de Pinochet, os cidadãos chilenos têm que pagar por cotas, como em uma bolsa de valores, para ter acesso a água em suas propriedades”, explica ele.
O equatoriano Dario Conlago, conta que em seu país os jovens não querem ficar no campo porque faltam a estrutura básica de saúde e educação e também outras essenciais como diversão e tecnologia. “Precisamos nos unir para lutar desde as coisas mais básicas como acesso a terra, mas também por crédito para a produção, por exemplo. Sem renda e sem perspectiva, o jovem não fica no campo”.
Angélica Rodriguez, faz parte da Comissão Nacional de Fomento Rural do Uruguai e afirma que um de seus principais objetivos é aprender com a Contag a fortalecer a luta pelos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras do campo, da floresta e das águas.
Por Mariana Serafini, do Portal Vermelho com informações da Contag e do MDA